Prefeitura projeta aumentar investimento na merenda escolar
A merenda escolar servida na rede municipal de ensino de Porto Alegre é referência no país e a prefeitura projeta aumentar o investimento nas refeições dos alunos este ano. A expectativa da Secretaria Municipal de Educação (Smed) é que sejam necessários R$ 13 milhões, mais que o dobro de 2021, quando boa parte do ano letivo ocorreu de forma remota.
A merenda escolar tem contrapartidas dos governos federal e municipal e, em 2019, último ano antes da pandemia e das aulas remotas, o município investiu R$ 3 milhões. "Calculamos que sejam necessários, pelo menos, R$ 13 milhões neste ano, mais que o dobro de 2021. Tudo está mais caro, mas, felizmente, estamos conseguindo manter e até melhorar a merenda. A contrapartida da União, de R$ 10 milhões, acabou no primeiro semestre", explica Silvia Pauli, nutricionista coordenadora da Unidade de Alimentação Escolar da Smed.
Segundo último levantamento da secretaria, em 2019, foram servidas mais de 23 milhões de refeições para cerca de 68 mil alunos matriculados nas 98 escolas próprias e 214 conveniadas. O levantamento de 2022 ainda não saiu porque é preciso aguardar a prestação de contas das escolas.
"A merenda escolar em Porto Alegre é referência no país. É uma estratégia que fortalece outras políticas públicas para garantir a segurança alimentar. Uma alimentação de qualidade também garante o acesso, a permanência, a qualidade e o sucesso na trajetória escolar”, afirma a secretária municipal de Educação, Sônia Rosa.
Cardápio - A vice-diretora da EMEI Dr. Walter Silber, no bairro São José, Francisca Carneiro, diz que percebeu comportamento diferente das crianças em relação ao lanche. "Elas chegam pedindo o café da manhã. Mesmo nas famílias que conseguem comprar comida, a gente observa que agora falta a variedade. Então, as mães ficam felizes porque sabem que aqui os filhos vão comer frutas, verduras e carne, que são itens que subiram muito de preço", comenta a professora.
O cardápio das escolas é definido pela Smed com base no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). O pequeno Bernardo Fortes, 3 anos, comeu todo prato de iscas de carne com molho, arroz, feijão e salada de repolho com tomate. "O melhor de tudo é o bolo de milho”, diz ele. O bolinho foi servido com leite no café da manhã. Todas as Escolas de Educação Infantil da Capital ainda servem, diariamente, lanche da tarde e jantar.
Segundo Silvia, aumentou a adesão aos refeitórios, o número de refeições e repetições, tanto na escolas de Educação Infantil, quanto de Ensino Fundamental. "Os alunos estão comendo mais porque em casa não tem. Há estudos internacionais mostrando a relação direta entre uma boa alimentação, o desenvolvimento físico e cognitivo e também o aprendizado. Um estudante com fome não vai conseguir se concentrar nas atividades", afirma Silvia.
Lissandra Mendonça