Professora da José Mariano Beck é finalista do Prêmio RBS
A professora Luciana Ferreira Soares, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Mariano Beck, no bairro Jardim Carvalho, é finalista do prêmio RBS de Educação 2018, concorrendo com o projeto Livros nas Mãos. Vinte trabalhos estão entre os finalistas, divididos nas categorias Escola Pública e Escola Privada. A Emef José Mariano Beck é a única escola municipal de Porto Alegre nessa fase. Os 20 finalistas terão seus projetos divulgados na Feira do Livro de Porto Alegre, e o anúncio dos vencedores ocorrerá no dia 14 de novembro.
O Livros nas Mãos surgiu em 2015, com o objetivo de promover uma leitura autônoma e despertar nos jovens o prazer pela literatura. Por meio da iniciativa, cada aluno, do 6º ao 9º ano, ganha um exemplar para ler em sala de aula ou em demais espaços da escola. Os livros escolhidos são do gênero fantasia, servindo como porta de entrada para a literatura e conquistando novos leitores. A obra adotada pelos estudantes do 7º ano, por exemplo, é “O lar da Srta. Peregrine para crianças peculiares”.
A maioria dos exemplares foi adquirida por intermédio de doações. A divulgação ocorreu, principalmente, nas redes sociais. Por causa do amplo apoio da comunidade, amigos de professores e população em geral, mais da metade dos livros foram adquiridos em menos de um mês. Além disso, a verba do Adote um Escritor, programa de leitura da Smed para a rede municipal de ensino, ajudou na aquisição de alguns exemplares.
Para a realizadora do projeto, a professora Luciana Ferreira Soares, é importante que cada aluno possa carregar um livro para exercitar o hábito e consolidar uma leitura autônoma. “Com o livro em mãos, eles desenvolvem uma leitura independente, sem o professor precisar pedir. Precisamos ajudar eles a descobrirem o gosto por esse hábito, e não simplesmente pedir”, disse Luciana.
Desenvolver a imaginação e encontrar meios para solucionar problemas são os ganhos pedagógicos com esse incentivo. “Adquirindo essa bagagem, eles formam 'caminhos' no cérebro e buscam soluções com mais facilidade, podendo adquirir experiência pela fantasia e leitura”, comentou Luciana. Comparando com 2014, ano em que o projeto ainda não existia, é possível perceber um progresso nos estudantes. “Agora, eles leem Machado de Assis e compreendem o texto sem explicações”, contou a professora.
Luciana ainda confessa que, sem o apoio de colegas, o projeto não alcançaria os bons resultados. “Sozinho a gente não faz nada dar certo. Se não fosse o incentivo da direção, talvez eu não teria inscrito o projeto”, revelou a educadora. A diretora, Angelita Rosa, comenta que incentiva a divulgação porque a comunidade e a população precisam conhecer o trabalho realizado nas escolas. “Expor nossos projetos é valorizar a educação e a escola pública. Mostrar que o trabalho realizado no ensino público é de qualidade”, afirmou a diretora Angelita.
Prêmio RBS de Educação – Nesta 6ª edição, o Prêmio RBS de Educação adota o tema “Ler para descobrir o mundo”. Inscreveram-se 355 trabalhos de todo o Estado. Um júri técnico realizou as avaliações, chegando aos vinte finalistas, dez na categoria Escola Pública e dez na categoria Escola Privada. Serão distribuídos R$ 5 mil para o 1º lugar de cada categoria; R$ 3 mil para o 2º lugar de cada categoria; R$ 2 mil para o 3º lugar de cada categoria; e R$ 1 mil para os demais 14 finalistas, além da menção honrosa. Na fase final, o Prêmio RBS de Educação entra em júri popular. A votação está aberta no site da premiação até o dia 9 de novembro.
Em 2017, outra professora da rede municipal de ensino de Porto Alegre venceu Prêmio RBS de Educação. A educadora Raquel Daniele Gonzalez de Oliveira da Silva, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Neusa Goulart Brizola, bairro Cavalhada, ganhou na categoria Destaque Inclusão, com o projeto "A cor do paraíso".
Andrea Brasil