Roda de Conversa debate inclusão escolar de deficientes visuais
A Secretaria Municipal de Educação (Smed) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE) promoveram mais uma Roda de Conversa Inclusiva, sobre a inclusão escolar de pessoas com deficiência visual, nesta quarta-feira, 26, no auditório da Smed. Participaram da conversa representantes da Diretoria Pedagógica da Smed, da Coordenadoria Geral da Acessibilidade e Inclusão Social da SMDSE, professores, educadores, alunos e familiares.
A Rede Municipal de Ensino (RME) possui atualmente 95 alunos com baixa visão e 16 alunos com cegueira. Os estudantes são atendidos na Sala de Integração e Recursos (SIR) Visual de suas escolas ou na SIR Visual das escolas polo de cada região, por meio da itinerância das sete professoras especializadas em Educação Precoce Visual e Psicopedagogia Visual.Â
A roda de conversa foi aberta por uma audiodescrição do espaço fÃsico do auditório da Smed, pela instrutora Cristina Kenne de Paula, do Projeto Rumo Norte, que profissionaliza e capacita pessoas com deficiências (PCDs) gratuitamente. Cristina ressaltou a importância da audiodescrição como ferramenta de acessibilidade que transforma imagens e formas em texto. O recurso da audiodescrição é recente no Brasil, tendo sido utilizado pela primeira vez em 2007, na peça comercial “O Andaimeâ€.Â
A aluna Gabriele Vitória Morales, que estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Vargas, organizou junto de suas professoras um texto onde conta um pouco de sua vida. Com quatro meses de idade, Gabriele frequentou aulas de Educação Precoce Visual, que trabalham a estimulação visual da criança, da comunidade e de alunos da educação infantil na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Nova Gleba. A estimulação visual tem como objetivo desenvolver e trabalhar os sentidos da crianças, propiciar maior número de sensações e experiências motoras e visuais, identificar o resÃduo de visual do aluno e melhorar sua eficiência. Gabriele, 8 anos, que está no 3º ano do Ensino Fundamental, também contou como foi recebida pelos colegas e terminou seu texto dizendo: “Quando eu crescer quero ser maestra no Uruguai! Explico: maestra quer dizer professora em espanholâ€, enfatiza Gabriele.
Professora da Emef São Pedro, Bartira Barbosa contou a experiência do estudante Guilherme, que teve sua alfabetização por meio oral. Guilherme foi diagnosticado com glaucoma com um ano de idade e desde pequeno foi atendido, assim como Gabriele, por professoras na SIR Visual com Educação Precoce Visual. A professora enfatiza que o aluno tinha muitas dificuldades com o uso da bengala-guia para deficientes visuais. Atualmente, ele cursa Informática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Campus Restinga). A professora do Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores (Cmet) Paulo Freire, Celanira Barbosa, da SIR Visual, salienta a importância da inclusão de jovens adolescentes e adultos com deficiência no mercado de trabalho. “O trabalho é muito gratificante à medida que a gente vê o crescimento do alunoâ€.
As mediadoras da conversa foram a coordenadora de Educação Especial da Smed, Claudia Lampreth, a professora Olga Souza, que é técnica de Inclusão da Smed, e as professoras de SIR Visual Mônica Prisco, Celanira Barbosa, Bartira Barbosa, Susete Marques e Sueli Werle. Â
As rodas de conversa são fruto de uma parceria da Smed com a SMDSE, que visa oportunizar uma troca de experiências e ideias entre educadores, alunos e familiares. O encontro também contou com a presença de demais entidades, como a Fundação de Articulação e Desenvolvimento de PolÃticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidade no Rio Grande do Sul (Faders), Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre (Comdepa), a Associação dos Familiares e Amigos do Down, a Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães, além de professores e estagiários da Rede Municipal de Ensino.
O auditório da Smed já recebeu três rodas de conversa desde o inÃcio do ano, sobre a SÃndrome de Down, em março, sobre a inclusão de jovens com deficiência no mercado de trabalho e o Programa de Trabalho Educativo (PTE), em julho, e sobre o Transtorno do Espectro Autista, em maio. O próximo encontro abordará a superdotação e altas habilidades, em novembro.
Denise Righi