Viaduto Otávio Rocha: obras de revitalização avançam no Centro Histórico

22/07/2023 08:40
Pedro Piegas / PMPA
Obras e Infraestrutura
Serviços começaram em novembro do ano passado

A revitalização do Viaduto Otávio Rocha, um dos cartões postais mais conhecidos de Porto Alegre, completa oito meses de obras nesta segunda-feira, 24. Orçado em R$ 13,7 milhões, o projeto prevê a restauração, recuperação, correção e conservação da estrutura. Além da reforma dos elementos construtivos e decorativos – com a substituição do cirex, revestimento característico do viaduto – também estão em andamento soluções para as instalações elétricas, telefônicas, lógica, sistemas de segurança e iluminação pública. São efetuadas, ainda, adequações na rede hidrossanitária, no sistema de drenagem e um processo de impermeabilização.

A Concrejato, empresa vencedora da licitação, é a responsável pelos serviços. No lado do sentido bairro-Centro da avenida Borges de Medeiros, já foi feita a remoção das esquadrias para reconstituição da madeira em decomposição e a colocação de pisos novos nas lojas. No outro lado da avenida, estão sendo removidos os entulhos das salas e dos mezaninos para o começo dos trabalhos nos próximos dias. As escadarias estão sendo impermeabilizadas para não haver mais infiltração nas lojas.

Construído a partir de 1928, o Viaduto Otávio Rocha recebeu apenas duas intervenções de recuperação: em 1998 e 2010. A partir da revitalização, a estrutura contará com um novo Plano de Proteção Contra Incêndios (PPCI) e passará a atender aos critérios de acessibilidade. O projeto prevê também investimentos em sinalização viária, turística e comercial. O prazo previsto de execução é de 18 meses.

A revitalização do Viaduto Otávio Rocha integra um conjunto de intervenções previstas no programa Centro+. São cerca de R$ 80 milhões somados, entre contrapartidas e financiamentos, para requalificar e melhorar o Centro Histórico.

História - O Viaduto Otávio Rocha é uma das grandes obras de urbanização de Porto Alegre e integrou o Plano de Melhoramentos e Embelezamento da Capital, proposto em 1914 pelo engenheiro João Moreira Maciel, diretor de Obras da Intendência Municipal. O Plano Maciel alinhava-se com outros projetos de urbanização de diversas capitais, com abertura, alargamentos e prolongamentos de vias, canalizações de águas, construção de jardins e parques e instalação de novos equipamentos. A estratégica ligação do Centro à Zona Sul, com o alargamento e o rebaixamento das ladeiras do estreito Beco General Paranhos, determinou a construção do Viaduto para conectar a avenida Duque de Caxias. As duas novas estruturas foram denominadas de Otávio Rocha e Borges de Medeiros, intendente municipal e presidente do Estado, respectivamente.

O projeto dos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duílio Bernardi, eméritos professores da Escola de Engenharia, foi aprovado em 1927. Os autores foram responsáveis por importantes obras na Capital, algumas das quais hoje integram o campus central da UFRGS, em estilo eclético ou elementos artísticos do art-Déco. A concorrência para a execução das obras do viaduto foi vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann e a obra foi inaugurada em 1932. Em 1988, o Viaduto Otávio Rocha foi protegido legalmente pelo tombamento municipal proposto pela Equipe do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural (Epahc) e aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio.

 

Larissa Carlosso

Gilmar Martins