Prefeitura e Banco Mundial fazem seminário sobre sustentabilidade em intervenções urbanas
Nesta quinta-feira, 16, representantes do Banco Mundial e do consórcio das empresas de engenharia que integram o processo de financiamento Centro+4D promoveram um seminário sobre o desenvolvimento de soluções GRID - Green, Resilient and Inclusive Development (Desenvolvimento Verde, Resiliente e Inclusivo) a servidores das secretarias e órgãos municipais envolvidos na operação de crédito em captação. O objetivo central do encontro foi fornecer alternativas, subsídios e soluções para a elaboração de projetos pelo Executivo Municipal, que compõem o escopo do financiamento destinado à revitalização do Centro Histórico e do 4º Distrito da capital gaúcha.
O diretor de Captação de Recursos da Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE), Urbano Schmidt, expressou expectativas sobre as melhorias na cidade resultantes dos projetos de revitalização. "Este financiamento junto ao Banco Mundial tem grande importância para o desenvolvimento de ações que irão significativamente melhorar nossa cidade. Esta é uma mudança que todos nós esperamos para Porto Alegre ao término desta operação de crédito".
O coordenador do consórcio das empresas de engenharia, Mauricio Feijó Cruz, disse que os objetivos dos projetos precisam estar alinhados ao tripé do desenvolvimento: inclusão social, preservação ambiental e desenvolvimento econômico. "Entender a interdependência entre os seres humanos, a natureza e os entes econômicos é fundamental para a elaboração de uma análise pensada no longo prazo. Promover o crescimento sustentável desde o início de um projeto exige um investimento maior inicialmente, mas ao longo do processo acaba sendo muito mais econômico", enfatizou.
A abordagem GRID, uma premissa do Banco Mundial para a concessão de crédito, visa a traçar um caminho que una o progresso econômico aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A especialista em Urbanismo do Banco Mundial em Brasília, Manuela Monteiro, ressaltou a importância do aspecto sustentável em cada ação do processo. "Para melhorar a mobilidade, promover maior acessibilidade e conectividade, precisamos pensar em como os investimentos devem priorizar a adaptação da cidade às alterações climáticas", sublinhou. A especialista também afirmou que, além da preservação ambiental, a inclusão social deve ser um foco central nos projetos.
A mobilidade urbana teve destaque no encontro. Os diretores comerciais na TTC Engenharia de Tráfego e de Transportes Ltda., Oswaldo Alexandre Jr. e Eduardo Germani, compartilharam experiências na implementação de estratégias, com ênfase na inclusão e autonomia dos usuários. Eles citaram como exemplo os resultados positivos do Plano para a Mobilidade Inclusiva e Segurança aplicado em Santo André (SP).
No que diz respeito à abordagem GRID na Infraestrutura Urbana e Ambiental, as analistas de arquitetura do Consórcio, Bianca Feijão e Germana Nunes, apresentaram quatro alternativas de soluções sustentáveis que poderiam ser aplicadas tanto na região do Centro Histórico quanto no Quarto Distrito: o jardim de chuva, que auxilia na redução do escoamento superficial; telhado verde (cobertura vegetal sobre telhados e lajes que gera conforto térmico e transforma superfícies impermeáveis em permeáveis); alagado construído (bacias rasas preenchidas com substrato que simulam o processo de ecossistemas naturais); e praça úmida (conformações e escalas de intervenção variáveis que articulam diversas soluções baseadas na natureza).
GRID - A abordagem do Desenvolvimento Verde, Resiliente e Inclusivo visa a promover o crescimento econômico aliado ao cumprimento de objetivos ambientais e inclusão social. Com foco na erradicação da pobreza e na perspectiva de sustentabilidade, o GRID aborda os riscos para as pessoas, o planeta e a economia de forma integrada e adaptada às necessidades e objetivos do país. Para isso, são necessárias reformas significativas que garantam uma distribuição equitativa dos benefícios dessas transformações.
Gilmar Martins