Cristine Rochol/PMPA

Avaliar a prescrição de medicamentos para evitar potenciais equívocos é a função principal de um novo aplicativo utilizado na farmácia do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. Chamado de NoHarm.ai, o software prioriza as prescrições com maior risco de erro e traz diversos alertas, como duplicidades, interações medicamentosas, incompatibilidades, alergias e reatividades cruzadas, por exemplo, qualificando a avaliação do farmacêutico e reduzindo o tempo despendido para essa tarefa, por integrar as informações em um único sistema.

“Esta é uma importante ferramenta para fazer a avaliação clínica das prescrições e auxiliar a equipe multiprofissional na assistência ao paciente”, avalia a farmacêutica do HPS, Ruth Gonçalves. O software de inteligência artificial utiliza dados do prontuário do paciente, aumentando a qualidade assistencial, a eficiência hospitalar e a segurança do atendimento. A implementação e manutenção do sistema são ofertados de forma gratuita para o SUS.

A implementação da ferramenta foi possível a partir do trabalho da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa), que garantiu a segurança dos dados do paciente e a integração com os sistemas do Complexo Regulador da Secretaria Municipal de Saúde. “A aproximação com startups e novas soluções tecnológicas possibilita incrementar sistemas já existentes e oferecer um atendimento mais seguro e assertivo aos pacientes”, explica a presidente da Procempa, Letícia Batistela.

Outro parceiro importante foi o Gabinete de Inovação da prefeitura. O secretário municipal de Inovação de Porto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, apontou que este movimento de cocriação e colaboração é o grande responsável pelos bons resultados no ecossistema do município. “Temos cada vez mais usufruído do potencial de cada ator da nossa rede de parceiros, gerando entregas efetivas ao cidadão e reposicionando a maneira como oferecemos serviços públicos”, afirma.

O projeto de implantação do NoHarm começou em 2020 e seguiu todos os trâmites de avaliação técnica, jurídica e de segurança de dados na Prefeitura de Porto Alegre. Desenvolvido na Tecnopuc, o objetivo do projeto é avançar de forma significativa na segurança do paciente em relação ao uso de medicamentos, melhoria dos processos de trabalho e redução de custos.