Atualização de dados indica 85 casos de dengue na Capital

23/04/2019 12:22
Eduardo Beleske/PMPA
SAÚDE
A maioria dos casos está localizada no bairro Santa Rosa de Lima

Porto Alegre tem confirmados 85 casos de dengue no ano, conforme Boletim Epidemiológico semanal divulgado no final da tarde de segunda-feira, 22, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Do total, seis foram contraídos fora da cidade e 79 na Capital. Desses 79, a maioria está localizada no bairro Santa Rosa de Lima: são 73 pacientes com dengue até o final da semana epidemiológica 16 (até 20/4). Seis casos são do bairro Jardim Floresta.

No ano, a Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da SMS recebeu 234 notificações de suspeita da doença entre moradores da Capital. Noventa e um casos foram descartados, 58 continuam em investigação, aguardando resultado dos exames laboratoriais. Os 85 confirmados completam o número.

O Boletim também informa que em relação à chikungunya foram notificados 15 casos suspeitos entre moradores de Porto Alegre, com confirmação de um caso, importado, em paciente com histórico de viagem ao Rio de Janeiro. Nove foram descartados e cinco aguardam resultado de exames. Em relação à infecção por zika vírus, foram notificados cinco casos entre moradores da Capital, sendo que um foi descartado e quatro aguardam resultado de exames.

Histórico na cidade - Os primeiros exemplares do vetor Aedes aegypti em Porto Alegre foram identificados há 18 anos, em abril de 2001. Na época, a Secretaria Municipal de Saúde buscava os mosquitos nas casas das pessoas que informavam suspeita sobre a presença do vetor. A identificação do mosquito, desde então, permitiu aos técnicos da Vigilância em Saúde da SMS a compreensão de hábitos e características do vetor em nosso meio.

O Aedes aegypti - transmissor, entre outras doenças, da dengue, zika e chikungunya (também do ciclo urbano da febre amarela) - possui habitat domiciliar e peridomiciliar, preferindo criadouros artificiais, seja a céu aberto, preenchidos por água de chuvas, seja recipientes utilizados para armazenar água para uso doméstico. 

A estimativa e de que 70% dos criadouros do Aedes aegypti em Porto Alegre seja de depósitos domésticos, facilmente elimináveis. Ele é encontrado em locais de maior densidade populacional e, mais raramente, em ambientes semisilvestres. Por ser facilmente adaptável ao meio urbano, hoje a eliminação do vetor é considerada medida inviável.

Casos - Os primeiros casos de dengue autóctones (contraídos na própria cidade) registrados em Porto Alegre são de 2010, quando cinco moradores do bairro Jardim Carvalho foram diagnosticados com a doença. Em 2011 e 2012 não houve registro de autoctonia na cidade. Em 2013, foram 150 casos autóctones, nos bairros Partenon, São José, Bom Jesus e Santo Antônio.

Nos anos de 2014 e 2015, o registro de casos contraídos na cidade foi menor: seis casos em 2014 e 17 em 2015. No ano de 2016, os registros voltaram a subir. Porto Alegre teve confirmação de 301 casos autóctones, o maior número já registrado na Capital, em 37 bairros, com maior ocorrência na Vila Nova e Chácara das Pedras. No mesmo ano, também houve confirmação de 14 casos autóctones de zika, concentrados no bairro Humaitá.

Os anos de 2017 e 2018 não registram autoctonia, o que voltou a ocorrer em 2019, em dois bairros, Santa Rosa de Lima e Jardim Floresta, entre março e abril. Segundo dados do Boletim da Semana Epidemiológica 16 (até 20/4), são 79 casos autóctones na cidade, sendo 73 no Santa Rosa de Lima e seis no Jardim Floresta.

Controle epidemiológico e monitoramento vetorial - Em 2012, a prefeitura contratou o Sistema de Monitoramento Inteligente do Aedes (MI Aedes), hoje denominado Monitoramento Integrado do Aedes. No início, havia 712 armadilhas em 22 bairros. O monitoramento foi sendo ampliado a partir de uma matriz de vulnerabilidade que incluía, entre outros aspectos, ocorrência de casos autóctones. Hoje, são 1.434 armadilhas, instaladas em 67 bairros, onde residem mais de 1 milhão de habitantes. A mais recente instalação dessas armadilhas foi feita no bairro Santa Rosa de Lima, que recebeu 22 unidades, a partir de remanejamento de algumas unidades de outros bairros.

As armadilhas são vistoriadas semanalmente. Todas as fêmeas de Aedes aegypti (são as fêmeas que picam – e picam apenas seres humanos –, pois precisam de sangue para amadurecer os ovos) são coletadas e enviadas para análise laboratorial para identificação (ou não) da presença de vírus de um dos quatro sorotipos da dengue, de zika ou chikungunya). O resultado das vistorias compõe o Mapa do Aedes, que está disponível para todos os cidadãos, veículos da imprensa, órgãos da prefeitura, em tempo real (atualização a cada cinco minutos), no site Onde Está o Aedes.

 

Patrícia Coelho

Matheus Beust