Boletim traz dados de 2023 sobre vigilância de vírus respiratórios na Capital

08/03/2024 17:28

A vigilância epidemiológica de Porto Alegre recebeu 2.410 notificações de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) entre moradores da Capital até o final de 2023. Do total, 2.076 foram curados; 243 resultaram em óbito; 44 permanecem em investigação e 47 possuem outra classificação final ou desfecho. Em comparação ao ano anterior, o número de casos foi 35,6% menor. Os dados estão publicados no Boletim de Vigilância de Vírus Respiratórios 1/24.

A faixa etária infantil (0 a 12 anos) se destacou com um aumento de 63% nos casos. O elevado número de crianças hospitalizadas levou o Estado a decretar situação de emergência em saúde em todo o RS, do mês de julho a outubro de 2023. A estatística é cumulativa, com dados do início do ano até o dia 30 de dezembro de 2023, quando se encerrou o período epidemiológico anual. A notificação é feita em casos de internação hospitalar.

Em relação aos óbitos, a maior concentração ficou entre as pessoas com mais de 60 anos, tendo no coronavírus o agente principal (50%). A letalidade decorrente da Covid-19 é a mais alta entre as SRAG, alcançando 27,1%. No geral, a letalidade ficou em 10,3% no período analisado. O documento enfatiza que há vacinas disponíveis no calendário oficial brasileiro tanto para Covid-19 como para influenza, em períodos específicos e para públicos prioritários, de acordo com definição do Ministério da Saúde.

A enfermeira Jana Ferrer, chefe da Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Diretoria de Vigilância em Saúde (EVDT/DVS/SMS), lembra que a SRAG é caracterizada por quadro de síndrome gripal (SG) que evolui para quadro grave com comprometimento da função pulmonar e necessidade de hospitalização. As causas virais mais importantes atualmente são os subtipos da Influenza, A e B, Vírus Sincicial Respiratório e SARS-COV-2 (o coronavírus), que circulam concomitantemente em nosso meio.

O boletim também traz acesso ao painel com dados públicos sobre condições respiratórias na Capital, o BI das doenças respiratórias de Porto Alegre. A diretora em exercício da Vigilância em Saúde da SMS, Juliana Pinto, explica que a ferramenta abrange dados sobre SRAG e internações gerais por condições respiratórias, permitindo consulta sobre as principais doenças que geram internações por causas respiratórias na cidade, os serviços envolvidos e a proporção de internações por condições respiratórias frente ao total de internações em cada faixa etária. O BI está disponível no endereço https://indicadores.procempa.com.br/doencasrespiratoriaspoa. 

 

Patrícia Coelho

Cristiano Vieira