Campanha de vacinação contra poliomielite é prorrogada até 22 de outubro

30/09/2022 08:39
Cristine Rochol/PMPA
SMS
Gotinhas estão disponíveis em 123 unidades de saúde de Porto Alegre

O Rio Grande do Sul decidiu prorrogar a campanha de vacinação de crianças de um a cinco anos incompletos contra poliomielite até 22 de outubro. A decisão considera a baixa adesão à imunização no Estado. No país, a campanha será finalizada nesta sexta-feira, 30.

Em Porto Alegre, as vacinas contra a pólio (ou paralisia infantil) estão disponíveis em todas as unidades de saúde. O tipo de vacina depende da faixa etária da criança. A campanha de atualização de cadernetas para crianças acima de 5 anos e adolescentes com menos de 15 anos será encerrada na sexta-feira. 

De acordo com informação do Relatório de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no segundo quadrimestre a cobertura vacinal (calculada sempre com doses aplicadas em crianças com menos de um ano) contra pólio é de 76,5%. No primeiro quadrimestre, o percentual ficou em 71,7%, mesmo índice verificado em todo ano de 2021. Para conter o risco de transmissão do poliovírus – causador da poliomielite – são necessários 95% de cobertura vacinal atingidos. 

Dados extraídos do LocalizaSUS, ferramenta do Ministério da Saúde, indicam que apenas durante a campanha o número de doses de vacina aplicado chegou a 21.537, correspondendo a 32,48% do estimado na Capital. A meta da campanha era vacinar 95% de 66.300 crianças na faixa etária (1 a 4 anos anos), ou 62.985. Os dados são parciais e estão sujeitos a alteração. 

Considerando as faixas etárias, o número e porcentagem de imunização em Porto Alegre é o seguinte:
1 ano – 32,0% (5.021 doses)
2 anos – 31,2% (5.268 doses)
3 anos – 33,0% (5.579 doses)
4 anos –33,5% (5.669 doses)

A vacina contra poliomielite está disponível em 123 unidades de saúde (relação aqui), com atendimento de acordo com o horário de funcionamento de cada local. 

Contexto da doença - Em julho de 2022, os Estados Unidos registraram um caso de pólio, o primeiro em quase uma década. A pessoa não era vacinada. Países como o Paquistão e o Afeganistão apresentam cenário epidemiológico em que a poliomielite é doença endêmica, ou seja, o vírus circula. 

Com o tráfego aéreo constante, é essencial que as coberturas vacinais sejam superiores a 95% para proteger as populações. O Brasil não atinge a meta desde 2015. Em Porto Alegre, o percentual vem diminuindo também no mesmo período. Essa situação coloca a cidade e o país em risco de reintrodução do vírus, especialmente se considerado o tráfego internacional de pessoas em viagens pelo mundo e a forma de transmissão do vírus.

O enfermeiro Augusto Crippa, do Núcleo de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, destaca a importância de as crianças serem vacinadas. “Estamos em alto risco para reintrodução do vírus no país, e ele não circula no Brasil desde 1989”. Crippa também enfatiza a gravidade da doença. “A criança pode ir dormir com febre e, em casos graves, no dia seguinte, acordar sem movimentos nas pernas de forma permanente”, destaca.

Patrícia Coelho

Andrea Brasil