Campanha de vacinação contra a poliomielite termina na sexta-feira
A campanha de vacinação contra poliomielite (pólio, ou paralisia infantil) será encerrada em Porto Alegre na sexta-feira, 21. De acordo com dados até quarta-feira, 19, durante o período da campanha foram aplicadas, na Capital, 29.965 doses de vacina, com percentual de 45,2% da meta alcançado - o objetivo era vacinar 95% de 66.300 crianças na faixa etária (1 a 4 anos), ou 62.985. Os dados são parciais e estão sujeitos a alteração.
Considerando as faixas etárias, o número e a porcentagem de imunização em Porto Alegre na campanha é o seguinte:
1 ano – 45,13% (7.080 doses)
2 anos – 42,99% (7.244 doses)
3 anos – 25,65% (7.700 doses)
4 anos – 47,01% (7.941 doses)
A vacina contra poliomielite está disponível em todas as unidades de saúde, com atendimento de acordo com o horário de funcionamento de cada local. Confira os locais.
A partir de segunda-feira, 24, a vacina estará disponível na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para o público etário com indicação no calendário oficial de rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O esquema de rotina prevê três doses para bebês (aos 2, 4 e 6 meses de vida) e duas doses de reforço, uma aos 15 meses (1 ano e 3 meses) e a segunda aos 4 anos. Caso o esquema vacinal esteja atrasado, a criança pode receber doses até completar 5 anos de idade.
De acordo com informação do Relatório de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no segundo quadrimestre a cobertura vacinal (calculada sempre com doses aplicadas em crianças com menos de um ano) contra pólio é de 76,5%. No primeiro quadrimestre, o percentual ficou em 71,7%, mesmo índice verificado em todo ano de 2021. Para conter o risco de transmissão do poliovírus – causador da poliomielite – são necessários 95% de cobertura vacinal atingidos.
Situação - Em julho de 2022, os Estados Unidos registraram um caso de pólio, o primeiro em quase uma década. A pessoa não era vacinada. Países como o Paquistão e o Afeganistão apresentam cenário epidemiológico em que a poliomielite é doença endêmica, ou seja, o vírus circula.
Com o tráfego aéreo constante, é essencial que as coberturas vacinais sejam superiores a 95% para proteger as populações. O Brasil não atinge a meta desde 2015. Em Porto Alegre, o percentual vem diminuindo também no mesmo período. Essa situação coloca a cidade e o país em risco de reintrodução do vírus, especialmente se considerado o tráfego internacional de pessoas em viagens pelo mundo e a forma de transmissão do vírus. Recentemente, o Ministério da Saúde informou a investigação de uma suspeita de poliomielite no Norte do país, mas foi descartada.
A enfermeira Renata Capponi, chefe do Núcleo de Imunizações Zona Sul da Secretaria Municipal de Saúde, destaca a importância de as crianças serem vacinadas. “Estamos em alto risco para reintrodução do vírus no país, e ele não circula no Brasil desde 1989”. Ela lembra também a gravidade da doença. “A criança pode ir dormir com febre e, em casos graves, no dia seguinte, acordar sem movimentos nas pernas de forma permanente”, destaca.
Andrea Brasil