Com telemonitoramento, tuberculose atinge taxa de cura de 69%
Dados preliminares obtidos na área de telemonitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento da Tuberculose apontam uma taxa de cura da doença de 69% no que se refere a 1.191 pacientes acompanhados nos últimos seis meses, na Capital, dos quais 843 ainda em vigilância ativa e 348 já com término do tratamento. Com relação ao abandono, o número é de 15%.
Como forma de lembrar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, a prefeitura mostra os primeiros números do plano e promove atividades com profissionais e população em situação de rua, que tem 44 vezes mais chances de adoecer por tuberculose na comparação com a população em geral.
“São resultados extremamente promissores e mostram um grande impacto na saúde, especialmente se considerarmos o pouco tempo de implantação da estratégia. Dados do ano anterior evidenciavam uma taxa de cura de 53% e 20% de abandono”, avalia a coordenadora de Telessaúde e Telemedicina da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), médica Juliana Nunes Pfeil.
A tuberculose é a doença infecciosa com maior mortalidade no mundo, sendo um grave problema de saúde pública. No Brasil, Porto Alegre é a quarta capital com o maior coeficiente de incidência da doença (81,7/100 mil habitantes). Em 2018, foram 1.373 novos casos.
O Plano Municipal de Enfrentamento da Tuberculose foi elaborado para melhorar esse cenário. Entre as principais estratégias para combater a doença estão o telemonitoramento e a transição de cuidado, ambas iniciados em agosto de 2018. Segundo Juliana, a meta é chegar a 79% de taxa de cura até 2020.
“No telemonitoramento, a equipe faz contato pelo WhatsApp ou telefone para verificar se o paciente tem feito o tratamento e os exames de acompanhamento de forma adequada. Além disso, as unidades de saúde são contatadas para garantir que o paciente consiga consultar, tentando evitar o abandono do tratamento”, explica.
A equipe também auxilia nas consultas após o diagnóstico ou internação nos hospitais. “O atendimento é acompanhado nos sistemas de informação do município para evitar a interrupção do tratamento, que normalmente dura de 6 a 9 meses”, diz Juliana.
Programação – Neste sábado, 23, das 10h às 14h, o Programa Municipal de Controle da Tuberculose estará em atividade com a ONG Prato Feito das Ruas, sob o Viaduto Dona Leopoldina, próximo à avenida João Pessoa, 325. O objetivo da ação é conversar com a população em situação de rua no sentido de orientar para a prevenção e o diagnóstico precoce, com distribuição de materiais informativos e oferta de exame de escarro (baciloscopia) para os sintomáticos respiratórios.
Na parte voltada a profissionais da saúde, ocorreu atualização com médicos da gerência distrital Partenon Lomba do Pinheiro, na quinta-feira, 21, além de capacitação dos agentes de endemias da gerência Leste-Nordeste. Dia 26, às 19h, a equipe do plano Municipal de Enfrentamento da Tuberculose irá ministrar uma aula para técnicos de enfermagem no Instituto de Cardiologia, e dia 27, será realizada capacitação com enfermeiros da gerência Norte-Eixo Baltazar.
Biblioteca – Profissionais de saúde da rede municipal recebem material de apoio e atualizações quanto à tuberculose na Biblioteca Virtual da Atenção Primária à Saúde (Bvaps). A plataforma reúne documentos, fichas, dados e fluxos de atendimento, integrando esferas de informação em um só lugar. A ideia é facilitar o acesso dos profissionais da atenção primária a materiais e fluxos do dia a dia de trabalho, com agilidade e rapidez.
Matheus Beust