Encontro debate importância de ambientes alimentares saudáveis
Promover o debate para ampliar os espaços de alimentação saudável em Porto Alegre está entre os objetivos do 2º Encontro de Nutricionistas da prefeitura. O evento ocorre nesta quinta-feira, 31, no plenário Ana Terra da Câmara Municipal. Entre os temas em pauta estão acesso a alimentos saudáveis e desigualdades sociais, avanços, desafios e estratégias das políticas públicas municipais, cultura alimentar e diversidade corporal. A promoção é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com a Câmara Intersecretarial de Segurança Alimentar e Nutricional do município.
Pela manhã, a abertura teve a participação de secretários e nutricionistas de diversos setores. “Um dos objetivos do evento é fomentar estratégias que estimulem a prática das orientações dos Guias Alimentares Brasileiros, ou seja, consumo de alimentos in natura e minimamente processados, princípios que dialogam com o conceito de soberania alimentar e com o incentivo à adoção de sistemas e ambientes alimentares sustentáveis”, afirma a nutricionista da SMS, Cintia Costa.
A professora do Departamento de Nutrição da UFRGS, Raquel Canuto, foi uma das palestrantes. Ela abordou a temática dos ambientes alimentares, que se relacionam à acessibilidade da população aos alimentos considerando questões como preço, qualidade e propaganda, por exemplo. “Ambiente alimentar é o espaço onde as pessoas acessam os alimentos, que pode trazer barreiras para uma alimentação saudável ou ser positivo”, explica.
Estudos mostram que a acessibilidade ao alimento saudável depende de características socioeconômicas. “Em Porto Alegre, vemos a dificuldade de certos grupos populacionais no acesso ao alimento saudável, principalmente pessoas de baixa renda, negros e indígenas”, diz a nutricionista.
Desertos alimentares são espaços onde quase não há acesso ao alimento saudável. Pesquisa pelos setores censitários da Capital identificou que 48% deles são considerados desertos alimentares. Na comparação, Recife chega a 28%, Belo Horizonte a 34% e o estado do Rio Grande do Sul a 25%. “Mostrar as inequidades nos possibilita pensar em políticas públicas que possam propor equipamentos de segurança alimentar em localidades onde há desertos alimentares”, afirma Raquel.
A programação do evento vai até as 18h. Participaram da mesa de abertura o secretário-adjunto de Saúde, Cesar Sulzbach; o secretário de Desenvolvimento Social, Leo Voigt; de Governança Local, Cássio Trogildo; a secretária de Esportes, Lazer e Juventude, Débora Rios Garcia; o secretário-adjunto de Educação, Cláudio Franzen; a diretora de Atenção Primária e nutricionista, Vânia Frantz; e a representante da Associação Gaúcha de Nutrição, Lizete Souza.
Gilmar Martins