Hanseníase é tema de oficina de reabilitação cirúrgica em Porto Alegre
Representantes do Ministério da Saúde e das secretarias estadual e municipal de Saúde participam nesta semana de avaliação clínica de pacientes com hanseníase visando à realização de cirurgias corretivas em casos com indicação. De acordo com a enfermeira Fabiane Soares, da Vigilância em Saúde da SMS Porto Alegre, a Capital conta com cinco pacientes em tratamento contra a doença, que registrou seis novos casos neste ano, além de um caso com desfecho de cura.
A técnica responsável pela vigilância da hanseníase na DVS explica que o encontro já aconteceu em outros locais do Brasil antes da pandemia da Covid-19 e que Porto Alegre será o primeiro a participar dessa oficina após a pandemia. “A seleção foi com base nos estados e municípios que participam do Projeto Sasakawa que tinham interesse na implantação dessa cirurgia”, diz Soares.
A enfermeira lembra que a hanseníase é a principal doença de notificação compulsória causadora de incapacidade física permanente. “Em alguns casos, o tratamento medicamentoso para neurite (inflamação do nervo) pode não ser suficiente. Nessas situações, uma intervenção cirúrgica tem a finalidade de prevenir deformidades, melhorar a estética e favorecer a participação social do paciente”, resume.
Para definição da oficina, o Ministério da Saúde incluiu o Rio Grande do Sul porque, apesar do Estado apresentar baixa endemia da doença, tem elevado percentual de deformidades em decorrência da hanseníase, com cerca de 20% dos casos novos notificados com Grau 2 de Incapacidade Física no momento do diagnóstico no período de 2017 a 2021.
A oficina tem quatro fases. A primeira consiste na avaliação dos pacientes para definição de técnica cirúrgica com fisioterapeuta e cirurgião. Esta é a fase que se realiza nesta semana em Porto Alegre.
Projeto Sasakawa - Fruto de uma parceria entre Ministério da Saúde e a Sasakawa/Nippon Foundation, do Ministério da Saúde, o projeto visa a capacitar profissionais da Atenção Primária à Saúde com relação ao diagnóstico, busca ativa na comunidade e de contatos de casos de hanseníase. Porto Alegre está no projeto desde o seu início.
Andrea Brasil