Informativo da Vigilância em Saúde apresenta panorama da leishmaniose visceral na cidade

04/03/2022 11:40
Cristine Rochol/PMPA
SMS
No Brasil, o cão é considerado o principal reservatório da doença em áreas urbanas.

A Diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (DVS/SMS) acaba de publicar o informativo “Leishmaniose Visceral (LV) em Porto Alegre: o cenário depois de cinco anos do primeiro caso humano confirmado”. O informativo é dividido em quatro partes: LV Humana, LV Canina, Vigilância do vetor e ações políticas de saúde e plano de contingência da DVS/SMS para a doença, com enfoque nos aspectos epidemiológicos no período.

A LV é uma zoonose de importância em saúde pública. É uma doença crônica, grave, dada a sua incidência e alta letalidade, principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas. Também é considerada emergente em indivíduos portadores da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV). A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos aos humanos e outros animais por meio da picada de um inseto vetor, o flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito-palha. No Brasil, o cão é considerado o principal reservatório da doença em áreas urbanas.

No Rio Grande do Sul, o primeiro caso de LV humana (LVH) foi identificado em 2009, em São Borja, seguido de confirmações de casos de LVH em Uruguaiana (2011) e Itaqui (2012), municípios contíguos no extremo oeste do estado, na divisa com a Argentina. Porto Alegre teve seu primeiro caso de LVH autóctone confirmado em 2016. O informativo apresenta uma análise dos primeiros casos confirmados de LVH no município, quando foram identificados alta letalidade e importância de treinamento profissional para a suspeição em tempo oportuno.

Durante os cinco anos analisados, foram realizadas 113 notificações de casos suspeitos para LVH de pessoas residentes em Porto Alegre. Os anos de 2017 e 2018 apresentaram os maiores números de casos suspeitos - 48 e 33, respectivamente - e 2021 contou com apenas duas notificações até a data analisada, ao passo que 2017 e 2019 tiveram o maior número de casos confirmados - cinco em cada ano. Do total de suspeitas, 20 foram confirmados. Desses, cinco evoluíram para óbito. 

Em relação à localização na cidade, 19 dos 20 casos autóctones confirmados são de moradores de ocupações irregulares em encostas de morros, com moradias muito próximas à região de mata e sem saneamento básico, o que destaca o caráter de doença negligenciada da LVH. A maior parte dos casos humanos ocorreu no Morro da Polícia, localizado entre os bairros Glória e Coronel Aparício Borges. Outras áreas com confirmação da LVH são os bairros Nonoai e Teresópolis, próximos ao Morro da Polícia; Jardim Carvalho e Morro Santana, na região nordeste; e Guarujá, Aberta dos Morros e Restinga, no sul e extremo-sul da Capital.

Considerando os casos de LV canina, a vigilância é realizada desde 2010, quando foi confirmado o primeiro caso. Já a vigilância do vetor, é realizada desde 2010, a partir da confirmação do primeiro caso de leishmaniose canina, no bairro Lageado. Se considerados os casos de leishmaniose tegumentar, a vigilância do vetor é realizada desde 2002.

O informativo pode ser acessado neste link.

Patrícia Coelho

Fabiana Kloeckner

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