Janeiro Roxo alerta sobre sensibilização em relação à hanseníase
No domingo, 29, será lembrado, em todo o país, o Dia Nacional de Luta Contra Hanseníase, doença crônica que tem cura e tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A data – sempre o último domingo de janeiro – busca alertar a população sobre sinais e sintomas da doença e a importância do diagnóstico precoce.
Além do dia nacional, o Ministério da Saúde instituiu em âmbito nacional o Janeiro Roxo. A campanha visa a conscientizar população e profissionais de saúde sobre as manifestações clínicas da doença, os cuidados e formas de prevenção, além de assegurar a todos o acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce. A hanseníase é considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma das “doenças negligenciadas” do mundo.
Estimativas do MS e da Sociedade Brasileira de Dermatologia indicam que há 30 mil casos novos de hanseníase no Brasil a cada ano. Em Porto Alegre, há oito pacientes diagnosticados e em tratamento – dois em cada uma das quatro Coordenadorias de Saúde: Norte, Sul, Leste e Oeste.
Causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, a doença atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a sensibilidade tátil e à dor. No Brasil, a hanseníase era denominada lepra até 1976, quando o antigo nome foi substituído oficialmente no país. O estigma em relação aos pacientes contaminados, no entanto, continua vigente.
No Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, a doença apresenta baixa endemicidade (doença comum em uma região). No entanto, novos casos são identificados todos os anos. Entre 2017 e 2021, foram confirmados 38 casos na cidade, a maior parte em pacientes na faixa etária dos 50 aos 79 anos (61%), seguido de 20 a 49 anos, com 34%. O sexo feminino foi o mais atingido com 58% dos casos e 42% no sexo masculino. Quanto à raça/cor, 71% dos diagnósticos ocorreram entre pessoas brancas, e 29% na população negra de Porto Alegre.
Sinais e sintomas – Merecem atenção manchas no corpo, com alteração de sensibilidade; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas; caroços e inchaços pelo corpo, podendo, em alguns casos, ser avermelhados ou doloridos.
“Em caso de identificação de alguns dos sintomas, a recomendação é de avaliação clínica em atendimento de saúde”, lembra Juliana Maciel, gerente da Unidade de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (UVE/SMS). A enfermeira destaca que quanto mais precoce é o diagnóstico, maior a chance de prevenir sequelas físicas. A transmissão ocorre pelo contato próximo e prolongado com pessoas doentes sem tratamento.
Gilmar Martins