Mais de 3,1 mil exames feitos em ação de combate à sífilis

22/10/2018 11:45
Cristine Rochol / PMPA
SAÚDE
Ação realizou 3.111 testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite C em 1.037 pessoas

Em dois dias de ação pelo Dia Nacional de Combate à Sífilis, a prefeitura realizou 3.111 testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite C em 1.037 pessoas atendidas no Largo Glênio Peres, junto ao Mercado Público. Com seis espaços para coleta de sangue e oito consultórios, profissionais de saúde orientaram e atenderam o público no sentido de detectar e tratar as infecções sexualmente transmissíveis. Do total, 219 testes foram reagentes para sífilis, 25 para HIV e 25 para hepatite C. A campanha da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ocorreu quinta e sexta-feira, 18 e 19. Esta foi a terceira ação do ano que levou testes rápidos ao Centro da Capital. A primeira foi em junho, pelo Dia dos Namorados, e depois em julho, pelo Dia de Combate às Hepatites. 

Conforme a ordem de chegada, o público preencheu questionário, sendo encaminhado a uma sala de espera onde esclareceu dúvidas a respeito dos testes e recebeu orientações de prevenção. Foi o caso de Edi Felix, 62, que aproveitou a ida ao Centro para fazer os exames. "É uma ótima oportunidade para muita gente cuidar da saúde", comenta. Nesta edição, a novidade foi a possibilidade de fazer exames complementares de sangue após o primeiro diagnóstico, quando necessário, na unidade móvel do Fique Sabendo, com equipes dos laboratórios municipais. No local, foram realizados 494 exames, com 202 pessoas atendidas. Em caso de confirmação de sífilis, foi possível iniciar o tratamento na hora, com a primeira dose de penicilina.  

Com o tema Sífilis: nem sempre ela é visível, a ideia da campanha é ampliar a conscientização da população para uma doença de fácil identificação e tratamento, mas que continua produzindo muitas vítimas, principalmente entre recém-nascidos. Na dúvida, o melhor é fazer o teste. A forma mais segura de se proteger da transmissão da sífilis é usar camisinha na relação sexual. 

A sífilis é transmitida por uma bactéria e tem três fases de desenvolvimento, podendo inicialmente não apresentar sintomas. Se não for tratada, no entanto, pode comprometer vários órgãos, como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso. A doença é transmitida na relação sexual sem camisinha, compartilhando agulhas ou seringas ou da mãe infectada para o bebê, durante a gravidez ou no parto, nesse caso chamada de sífilis congênita, que pode causar aborto, má-formação do feto e até a morte do bebê.

Número de casos - De acordo com a Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, a OMS estima a ocorrência de mais de um milhão de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis por dia, mundialmente. "No Brasil, nos últimos cinco anos, foi observado um aumento constante no número de casos de sífilis adquirida, podendo ser atribuído à exposição sexual desprotegida, pela realização de tratamento de apenas um dos indivíduos e não o casal de forma conjunta, pela não conclusão do tratamento e também pelo aumento do diagnóstico pela cobertura da testagem rápida", comenta a enfermeira Fernanda Dorneles, da CGVS.

No ano de 2016, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 87.593 casos de sífilis adquirida no Brasil. Desses, 10.571 casos são do Rio Grande do Sul e, 1.507 casos só de Porto Alegre. Em relação à taxa de detecção neste mesmo ano, o Rio Grande do Sul ocupou o primeiro lugar com as maiores taxas (93,7 casos/100 mil habitantes) e Porto Alegre foi a quinta Capital com taxa de detecção mais elevada (120 casos/100 mil habitantes), ultrapassando quase três vezes a média nacional (42,5 casos/100 mil habitantes). Em 2017, Porto Alegre teve 1.558 casos de sífilis adquirida notificados no Sinan, sendo 793 do sexo masculino e 765 do sexo feminino. Confira outras informações no boletim epidemiológico.

Os exames para diagnóstico são gratuitos e também podem ser feitos nas unidades de saúde, com início imediato do tratamento. Outras informações podem ser obtidas na unidade de referência, conforme o endereço de moradia.

Denise Righi