Mesa-redonda debate emergências em saúde pública e comunicação de risco em Brasília
A principal mesa redonda da manhã desta quarta-feira, 8, na 17ª ExpoEPI, mostra nacional de experiências bem-sucedidas em epidemiologia, prevenção e controle de doenças, debateu o tema mundo conectado, desafios potencializados: o cenário global de preparação, vigilância e resposta às emergências. O evento é realizado em Brasília e tem a participação de representantes da Prefeitura de Porto Alegre.
As exposições nesta manhã foram feitas por dois representantes da Organização Pan-Americana de Saúde, Sylvain Aldighieri e Letícia Linn, e pelo diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia.
Foi apresentado um panorama das emergências em saúde pública mundiais desde 2010, o que é considerado um desafio para o futuro, visando à consolidação de serviços e saúde resilientes, em especial nas Américas. Em consonância com a ideia das exposições, a diretora-geral da Secretaria Municipal de Saúde, Fernanda Fernandes, salienta que a integração entre vigilância em saúde, atenção primária e projetos de expansão da imunização são essenciais. “O objetivo é sempre qualificar as ações e serviços de saúde, bem como a rotina dos processos de trabalho com estratégias a partir de dispositivos de gestão do SUS para a constituição dos centros de inteligência, tratamento de dados e definição de ações”, pontua.
Linn, consultora para comunicação na Opas, falou sobre comunicação de risco pós-pandemia da Covid-19. "Precisamos conhecer nossas comunidades em tempos de paz para agir em tempos de crise". A consultora enfatizou que a tríade da ação deve contar com comunicação de risco, participação comunitária e manejo da infodemia (fluxo de informações que se espalham pela internet sobre um assunto específico). "Importante ter em mente que a estratégia de comunicação de risco deve estar baseada no conceito de saúde única ou uma saúde, com incorporação de aspectos da saúde humana, animal e do ambiente".
O representante do Ministério da Saúde apresentou um histórico das emergências de saúde pública mundiais e brasileiras e apontou desafios para o futuro, destacando a necessidade de aprendermos a conviver com as emergências e estarmos mais preparados e mais vigilantes para responder. Na área da saúde, o diretor do DEMSP salienta a importância da integração entre as esferas de governo, maior engajamento comunitário nas ações, melhorar a comunicação de risco e preparar planos de intervenção. Ele anunciou para 2024 a finalização do projeto e implementação do Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica, aprimorando dados e incorporando novas tecnologias para o setor.
A 17ª ExpoEPI segue até sexta-feira, 10. O evento ocorre no Centro de Convenções Internacional de Brasília. Outras informações podem ser obtidas no site expoepi.saude.gov.br.
Gilmar Martins