Novembro Negro: seminário destaca equidade e saúde da população negra
A saúde da população negra é tema de seminário nesta quinta-feira, 28, com debates voltados a equidade, determinantes sociais e racismo. Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o encontro reúne cerca de 120 pessoas no Centro Cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
“O seminário vem para finalizar uma série de ações realizadas no mês de novembro nos serviços em que atuam promotores de saúde da população negra”, afirma a coordenadora de Políticas Públicas da SMS, Gisele Gomes, na abertura da programação. A diretora-adjunta de Atenção Primária, Eveline Rodrigues, e a responsável técnica pela Política da População Negra no Estado, Francyne Silva, também estavam na mesa de abertura.
No primeiro painel, a historiadora Ana Carla Vidal citou determinantes que influenciam na saúde da população negra, como fatores sociais, econômicos e culturais, moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego, além do racismo e de injustos processos sociais, culturais e econômicos. Falou da necessidade de se propor ações de enfrentamento ao racismo vivenciado pelos grupos etnicamente marginalizados.
Também participou de forma on-line a gestora da Política de Saúde da População Negra do Recife, Rosemary Costa Santos. O Estado de Pernambuco é composto em 60% por pessoas pretas e pardas. “Falar de saúde da população negra é tratar do racismo como um pilar que estrutura os processos de poder”, afirmou, sendo que o racismo institucional leva as desigualdades para dentro dos serviços de saúde.
A programação continua durante a tarde e aborda racismo ambiental e o impacto na saúde das populações vulnerabilizadas, iniquidades e envelhecimento. A realização é das secretarias municipal e estadual de Saúde para marcar o Novembro Negro. O objetivo é fortalecer a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra nos âmbitos municipal e estadual, além de discutir os desafios da área.
Lissandra Mendonça