Prefeitura reforça atendimento a crianças com transtorno do espectro autista

02/04/2025 11:11

Os atendimentos a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) serão ampliados no Centro de Referência do Transtorno Autista (Certa), primeiro serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) na Capital voltado a este público. A assinatura do termo aditivo para contratação de novos profissionais ocorreu nesta quarta-feira, 2, Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, pelas secretarias municipais de Saúde e Educação.

O aditivo estabelece investimentos destinados à atualização do número de profissionais, visando atender à crescente demanda por uma oferta ampliada de terapias aos pacientes. Além do reforço na equipe, desde março a cidade conta com três novas clínicas, ampliando a oferta de vagas e proporcionando 180 atendimentos adicionais para crianças com TEA. “A ampliação do serviço reflete o nosso compromisso com a inclusão e o bem-estar das crianças, garantindo um atendimento cada vez mais acessível e qualificado”, pontua o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.

Equipe multidisciplinar - O Certa desempenha um papel fundamental no acolhimento e desenvolvimento das crianças. Com uma equipe multidisciplinar composta por neuropediatras, psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas e profissionais de atendimento pedagógico especializado, o espaço realiza cerca de 1,4 mil atendimentos por mês. “A nossa preocupação é atender à crescente demanda e oferecer suporte integral às crianças e suas famílias”, destaca Julyana Ribeiro, coordenadora administrativa do Certa.

A unidade tem como objetivo principal promover a autonomia social e a inclusão escolar das crianças, utilizando estratégias inovadoras, como óculos de realidade virtual que auxiliam no tratamento terapêutico e educacional. O Certa funciona na avenida Bento Gonçalves, 2460, e é administrado em parceria com a Associação Hospitalar Vila Nova. Atualmente, atende 272 crianças.

Diagnóstico - Os pais ou responsáveis que desconfiarem de sinais de TEA em seus filhos devem procurar uma das 134 unidades de saúde da Capital. As crianças de até 12 anos são encaminhadas para avaliação especializada e, caso necessário, inseridas no serviço. 

O autismo pode ser identificado nos primeiros anos de vida e o pediatra tem o papel importante no acolhimento da escuta da família, a compreensão dos sintomas e na vigilância dos fatores de risco. Atualmente, a Sociedade Brasileira de Pediatria preconiza que esses profissionais realizem avaliações de triagem para autismo aos 6, 9 e 12 meses e a qualquer momento quando sejam identificadas perdas de habilidades já adquiridas.

Os alicerces básicos para o diagnóstico do autismo estão embasados na presença de falhas comunicativas e padrões de comportamento restritos e/ou repetitivos. A funcionalidade global pode variar ao longo da vida, conforme a complexidade do meio, a regulação emocional/comportamental, a presença de comorbidades e as estratégias de reabilitação.

Carolina Zeni

Lissandra Mendonça