Profissionais da Saúde recebem capacitação para exames referentes à hanseníase

01/09/2022 16:29
Cristine Rochol/PMPA
SMS
Curso conta com apoio da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Profissionais que atuam no atendimento a pacientes com hanseníase na Capital e no Rio Grande do Sul receberam orientações práticas nesta quinta-feira, 1º, sobre exame para detecção da doença. Participaram da qualificação médicos, biomédicos, enfermeiras, auxiliar de enfermagem, farmacêuticos e técnicos de laboratório. A Baciloscopia de Raspado Intradérmico na Hanseníase, que incluiu coleta, coloração e microscopia, é complementar à hipótese clínica para confirmação da doença. Com consultoria do Ministério da Saúde, a iniciativa integra uma semana de capacitação sobre este exame. O curso conta com apoio da  Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

De acordo com Alexandre Casimiro de Macedo, consultor técnico da Coordenação-Geral de Vigilância de Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, o curso integra as ações previstas no plano nacional de enfrentamento da hanseníase em áreas com baixa incidência. “A metodologia mostra-se muito valiosa, pois mesmo que cada profissional tenha uma área específica de atuação, todos recebem as mesmas orientações teórico-práticas, permitindo conhecimento de todas as etapas do processo e visando diminuir a incidência de erros”, enfatiza. 

Da Secretaria Municipal de Saúde participam do curso, que tem aulas previstas também nesta sexta-feira, 2, profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) e da Coordenação da Assistência Laboratorial (CAL).

O Laboratório Central de Saúde Pública Municipal (LabCen) fará as baciloscopias de hanseníase. No LabCen já são realizadas análises com técnica muito similar de coloração para as baciloscopias de tuberculose. “O objetivo é ampliar o atendimento com exames para as necessidades das políticas públicas. A capacitação permitirá ao laboratório a conexão com a rede dos locais que irão realizar esse exame”, destaca a biomédica Gabriele Brehm, que coordena a CAL.

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a doença atinge, de forma majoritária, a pele e nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Entre 2017 e 2021, foram confirmados 38 casos na cidade, a maior parte em pacientes na faixa etária dos 50 aos 79 anos (61%), seguido de 20 a 49 anos, com 34%. O sexo feminino foi o mais atingido com 58% dos casos e 42% no sexo masculino. A população branca é a mais atingida, com 71% do diagnóstico e 29% na população negra de Porto Alegre. Em 2022, não houve notificação de casos novos de hanseníase no estágio inicial.

O diagnóstico precoce da hanseníase e o seu tratamento adequado evitam a evolução da doença e, consequentemente, impedem a instalação das incapacidades físicas por ela provocadas.

Sinais e sintomas -  Merecem atenção manchas no corpo, com alteração de sensibilidade; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas; caroços e inchaços pelo corpo, podendo, em alguns casos, ser avermelhados ou doloridos. Em caso de identificação de alguns dos sintomas, a recomendação é a avaliação clínica em atendimento de saúde. Quanto mais precoce é o diagnóstico, maior a chance de prevenir sequelas físicas. A transmissão ocorre pelo contato próximo e prolongado com pessoas doentes sem tratamento. 

 

Patrícia Coelho

Gilmar Martins