Saúde alerta sobre fake news e reforça importância da vacina contra Covid-19 em crianças

25/01/2022 09:50
Cristine Rochol/PMPA
SMS
Imunização do público infantil foi aprovada pela Anvisa

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ressalta a importância da vacinação de crianças no enfrentamento à pandemia. A imunização do público - de 5 a 11 anos - com a Pfizer foi aprovada em dezembro, após avaliação da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e consulta a especialistas de entidades, como a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunologia. No entanto, circulam informações falsas (fake news) sobre a vacina nas redes sociais, WhatsApp e até mesmo nas ruas. Em Porto Alegre, também estão sendo distribuídos panfletos atribuindo a morte de crianças à vacinação contra a Covid-19.

A diretora adjunta da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernanda Fernandes, explica que a vacinação contra a Covid-19 tem sido responsável pela queda no número de internações e óbitos nos últimos meses. “Depois do recorde de mortes em março de 2021, os números caíram. A média nos últimos seis meses de 2021 foi de 106 óbitos por mês, enquanto apenas março registrou 1.437 mortes e abril, 701 - à medida que a cobertura vacinal no município avançou, atingindo, em dezembro de 2021, mais de 70% da população total de Porto Alegre”, afirma.  

Desde o início da pandemia, 234 crianças de 5 a 11 anos residentes de Porto Alegre foram internadas com quadro de síndrome respiratória aguda grave. Destas, 23 tiveram exame positivo para a Covid-19 e uma evoluiu a óbito. “No contexto atual, porém, existe a possibilidade de vacinar essas crianças, reduzindo a chance de agravamento de um quadro de Covid-19 e possíveis sequelas, como a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica”, observa Fernanda.

De acordo com o parecer público da Anvisa, a vacina apresentou eficácia de 90,7% depois de duas doses e não houve eventos adversos graves durante o estudo. Em janeiro de 2022, também foi aprovada a ampliação do uso da Coronavac, que poderá ser utilizada em crianças acima de 6 anos.

Orientações - A Diretoria de Vigilância em Saúde orienta que os pais e responsáveis busquem atendimento médico na ocorrência de eventos adversos, ainda que leves, que devem ser notificados no sistema de informação oficial do Ministério da Saúde. A avaliação da segurança dos imunobiológicos utilizados para a vacinação é contínua e há procedimentos que são essenciais para determinar se os eventos adversos são decorrentes da vacinação ou se são coincidentes - trabalho que só pode ser realizado por profissionais de saúde capacitados mediante avaliação minuciosa de cada caso.

Informações falsas - A partir do início da imunização no país, dois casos de possíveis eventos adversos relacionados à vacinação, que foram amplamente divulgados como fake news - de Lençóis Paulista (SP) e João Pessoa (PB) - já foram descartados pelas autoridades competentes. Até o momento, o Brasil não conta com casos de eventos adversos graves em crianças nesta faixa etária (5 a 11 anos) com relação confirmada à vacina.

Outra notícia falsa disseminada é sobre o desenvolvimento da vacina ter ocorrido muito rápido, pulando etapas, dando a entender que as crianças seriam cobaias da vacina. A tecnologia e alguns ensaios clínicos das vacinas aprovadas contra a Covid-19 foram desenvolvidos e aprimorados com a emergência dos vírus SARS e MERS, outros coronavírus que também causaram epidemias nos últimos 20 anos. Agora, os laboratórios adaptaram suas metodologias para o novo coronavírus. Além disso, um dos pontos mais importantes foi o investimento governamental de países como os Estados Unidos, Reino Unido e a China, o que permitiu o desenvolvimento de uma vacina segura em tempo recorde.

Patrícia Coelho

Lissandra Mendonça

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