Saúde alerta sobre riscos da queda na cobertura vacinal de crianças

07/07/2022 16:03
Alex Rocha/PMPA
SAÚDE
Redução nas imunizações de crianças ocorre em todo país

As coberturas vacinais de crianças apresentam queda em Porto Alegre desde 2015. Nesta segunda-feira, 4, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu alerta no qual enfatiza a redução nas imunizações no país de forma constante, apesar da oferta universal de vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). De acordo com o documento da SBP, a queda nas coberturas vacinais (calculadas a partir das doses administradas em crianças menores de um ano) foi acentuada na pandemia.

Em 2020, a cobertura vacinal por grupo alvo para poliomielite foi de 75,88% e para a segunda dose de tríplice viral (TV), administrada nas crianças aos 15 meses de vida, garantindo proteção contra sarampo, caxumba e rubéola, de 62,75%. Considerados os mesmos imunobiológicos, Porto Alegre registrou em 2020 cobertura de 79,33% para poliomielite (48,46% em 2021) e 73,83% em 2020 para a primeira dose da vacina tríplice viral e 55,83% em 2021 para a mesma vacina. Para a segunda dose da TV, o percentual ficou em 64,55% em 2020 e 43,23% em 2021.

Os dados ficam muito abaixo do preconizado como meta pelo Ministério da Saúde, que é de 95% de cobertura para garantir proteção individual e coletiva e não colocar o país (ou a cidade) no mapa dos locais com risco de reintrodução dos vírus causadores de doenças como a poliomielite e o sarampo. Dados de 2022 estarão disponíveis apenas no final do ano.

Sarampo - Em 2016, o Brasil recebeu a certificação da eliminação da circulação do vírus do sarampo, porém, em 2018, foram confirmados 10.346 casos da doença e em 2019 o país perdeu a certificação de “zona livre do vírus do sarampo” com a confirmação de 20.901 casos da doença. Em 2020 foram confirmados 8.448 casos e em 2021 foram registrados dois óbitos em menores de um ano no Amapá.

Em Porto Alegre, a Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis realizou a investigação de 27 suspeitas de sarampo entre moradores da cidade em 2020, com a confirmação de cinco casos; e cinco suspeitas em 2021, sem confirmação de casos no ano passado. Em 2022, houve cinco notificações de suspeitas no primeiro semestre, com três casos descartados e dois com investigação em andamento.

“Doenças como o sarampo e a poliomielite são graves, que podem derivar em sequelas e complicações e até levar ao óbito, mas são totalmente preveníveis com vacinas”, destaca o diretor adjunto da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Benjamin Roitman. Ele lembra que a população tem garantida a oferta das vacinas do calendário oficial, e a Secretaria Municipal de Saúde mantém à disposição da população as vacinas nas unidades de saúde.

Atualmente, gestores da área da saúde e representantes de entidades e instituições setoriais e temáticas se debruçam sobre as causas que podem contribuir para a queda acentuada nas coberturas vacinais. “Dificuldade de acesso, horários restritos de atendimento à população, sensação de proteção, pelo êxito alcançado pelo PNI, com as altas coberturas até alguns anos atrás e baixa ocorrência de casos, além da disseminação de informações falsas, contribuem para o cenário atual”, enfatiza Roitman.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vem ampliando os horários de atendimento das salas de vacinas. Para saber os locais, horários de atendimento e endereços, acesse aqui.

Acesse aqui o calendário oficial brasileiro de vacinas

 

  

 

Patrícia Coelho

Lissandra Mendonça