Saúde destaca importância de prevenir contra o Aedes no verão
As características do verão, com calor e chuvas, somadas ao hábito de milhares de famílias de viajar neste período do ano, em especial janeiro e fevereiro, constituem motivos de preocupação para a proliferação de insetos como o mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya e potencial transmissor do ciclo urbano da febre amarela.
Para diminuir o risco de transmissão dos vírus dessas doenças, é essencial que os moradores de Porto Alegre adotem medidas preventivas para evitar o desenvolvimento do mosquito. Além disso, é essencial que os viajantes para locais com transmissão viral adotem medidas preventivas individuais, como uso de repelentes corporais e elétricos, e, em caso de observação de sintomas compatíveis com as doenças, procurem atendimento médico e informem histórico de viagem a local com transmissão viral.
De acordo com dados do mais recente Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (nº 59, de dez/2108), até início de dezembro (SE 49), as regiões Centro-Oeste (37,7%), Sudeste (27,7%) e Nordeste (26,8%) registraram o maior número de casos de dengue no país em 2018; de chikungunya, os maiores percentuais estão no Sudeste (60%), seguido por Centro-Oeste (16,2%), Nordeste (13%) e Norte (10,5%). Infecção pelo zika vírus também foram registradas em maior número no Sudeste (37%), seguido por Nordeste (28,7%), Centro-Oeste (20,2%) e Norte (13,7%).
“As doenças transmitidas pelo Aedes aegypti são de notificação compulsória à Secretaria de Saúde, e a partir de notificação, medidas de investigação e controle vetorial e ambiental são desencadeadas pela secretaria”, explica Rosa Maria Carvalho, chefe Equipe de Vigilância de Roedores e Vetores da Secretaria Municipal de Saúde.
Se os cuidados individuais são importantes em viagem, antes de viajar é fundamental que as residências sejam revisadas e evitados os possíveis focos de proliferação dos mosquitos. “Mesmo uma tampinha de garrafa solta no pátio pode ser local para a fêmea fazer a postura dos ovos”, diz Rosa Maria.
Evitar todos os focos de água parada, eliminar pratinho em vasos, telar ralos de esgoto pluviais externos, manter calhas limpas e desimpedidas, manter garrafas guardadas ao abrigo da água e com o gargalo para baixo são medidas básicas de controle. Piscinas devem ser mantidas cloradas e as piscinas infantis, de plástico, não devem ser deixadas com água em períodos de viagem. “Uma revisão semanal de 10 minutos é suficiente para eliminar os criadouros do Aedes aegypti”, ressalta a técnica da Vigilância em Saúde municipal.
Dentro de casa, são recomendados cuidados com os pratinhos de plantas, bromélias, que devem ser jateadas com água para retirar o acúmulo de água das folhas. É indicado o uso de água sanitária em vasos sanitários. Após períodos de chuva, a vistoria deve ser refeita, pois focos de água parada podem surgir.
Rosa Maria lembra que os ovos da fêmea do Aedes são colocados na superfície próxima a água, na parede dos recipientes. Ela explica que os ovos levam poucos dias para se desenvolverem, e podem ficar até 500 dias em ambiente seco. “Quando entrarem em contato com a água, vão eclodir, dando origem a uma nova geração de mosquitos”.
Vale ressaltar que, depois de eclodir o ovo, em um período de sete a 10 dias o mosquito já terá asas, tendo passado pelas fases de larva e pupa. Cada mosquito tem uma vida aproximada de 30 dias, e eles não voam para longe de onde nasceram, no máximo até 150 metros. “Por isso, se você identificar um Aedes aegypti, o criadouro dele está próximo. Repita as medidas de controle vetorial e do ambiente”, ressalta a chefe da EVRV/SMS.
Além de prestar orientações à população, a SMS mantém na cidade o monitoramento do Aedes aegypti com uso de armadilhas. No site Onde Está o Aedes? São encontradas dicas de prevenção, vídeos informativos, inclusive sobre o ciclo de vida do mosquito, do ovo ao inseto alado, informações para cidadãos e profissionais de saúde, além de notícias atualizadas.
Andrea Brasil