Saúde destaca segurança das vacinas contra Covid-19

21/04/2021 08:48

Nos últimos dias, profissionais vacinadores que atuam na campanha de imunização contra a Covid-19 têm observado número crescente de pessoas habilitadas a receber a dose, mas que se recusam a ser vacinadas com o imunobiológico vacina AstraZeneca. 

As justificativas principais são o maior intervalo entre as doses (AstraZeneca precisa de 12 semanas entre a dose 1 e a dose 2, enquanto a Coronavac exige período de 14 a 28 dias, com melhor prazo entre 21 e 28 dias de intervalo) e os relatos que fazem conexão entre o imunizante e a formação de coágulos em pessoas que a receberam.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) afirma que as vacinas licenciadas para uso emergencial no Brasil até o momento demonstraram excelente perfil de segurança e atenderam ao parâmetro de eficácia estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Quando falamos que a Coronavac tem 50,4% de eficácia geral, para todas as formas de COVID-19 – leves, moderadas e graves – significa que o risco de ter a doença é 50,4% menor em relação a quem não se vacina. No caso da vacina de Fiocruz/Oxford/AstraZeneca, a eficácia geral é de 70%”, enfatiza o presidente da SBIm, Juarez Cunha.

A diretora adjunta da Diretoria de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernanda Fernandes, também destaca a importância de as pessoas serem vacinadas e completarem o esquema vacinal de duas doses, seja da Coronavac, seja da AstraZeneca (Covishield). “A vacinação é tanto uma medida de proteção individual, quanto de saúde pública, que tem como objetivo a proteção da coletividade. Quanto mais pessoas forem vacinadas, maior será a proteção de todos”, destaca. 

A gestora explica que mais de 50 mil doses de vacinas da Fiocruz já foram aplicadas em Porto Alegre, sem registro de eventos adversos graves. Há registros de reações leves, comuns a outros imunizantes, como dor de cabeça ou no local da aplicação, coceira, sensação febril e mal-estar. Segundo a diretora, esses casos são reportados por um em cada 10 vacinados, sendo que o quadro regride em 24 horas. Os eventos tromboembólicos são considerados raríssimos, de acordo com a profissional.

A campanha de vacinação contra Covid-19 em todo o Brasil, até 20 de abril, conta com duas vacinas – a Coronavac, da fabricante chinesa Sinovac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, e a Covishield, que é uma parceria da Universidade de Oxford com o Laboratório AstraZeneca, produzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. 

A produção das vacinas é independente e depende do recebimento do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima dos laboratórios fabricantes. No processo de aquisição, produção e distribuição das vacinas aos estados e municípios, as remessas podem ter quantitativos muito diferentes de uma ou outra vacina. Quando Porto Alegre recebe os imunobiológicos, junto com eles vem a orientação de como devem ser utilizados os lotes de cada vacina, considerando os grupos prioritários definidos no Plano Nacional de Imunização. 

A Capital já recebeu 13 remessas de vacinas. As mais recentes destinam a de Oxford/AstraZeneca para serem aplicadas como primeira dose e um quantitativo menor da Coronavac para a segunda aplicação. “No início da campanha de imunização, o maior quantitativo era de vacinas Coronavac, e tivemos relatos de pessoas que não queriam a vacina chinesa. Importante lembrar que o benefício da vacina supera todos possíveis efeitos adversos, dos leves aos graves”, finaliza a diretora adjunta da Vigilância em Saúde de Porto Alegre.

 

Patrícia Coelho

Elisandra Borba