Saúde divulga dados sobre câncer de mama em Porto Alegre

24/10/2022 17:02
Cristine Rochol/PMPA
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Mamografia é o único exame que possibilita descobrir o tumor na fase inicial

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde, divulgou nesta segunda-feira, 24, dados sobre a ocorrência de câncer de mama na Capital. Incluídas em um boletim temático, as informações indicam que nos últimos cinco anos as neoplasias malignas aparecem como a segunda principal causa de mortalidade em mulheres, com um coeficiente de 193 casos por 100 mil mulheres.

Em mulheres em idade fértil, as neoplasias malignas despontam como principais causas de morte com um coeficiente de 27,5 casos por 100 mil mulheres nessa faixa etária. Nesta categoria, o câncer de mama é responsável pelo maior número de óbitos, seguido pelas neoplasias dos órgãos genitais, nas quais o câncer do colo do útero representa a maior parte dos casos. 

Com 409 óbitos em 2021 (243) e 2022 (166), o maior percentual entre os principais tipos de câncer de mama foi a neoplasia maligna da mama não especificada (81,7%), seguido de 18,4% da neoplasia maligna da mama com lesão invasiva. 

Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca) a estimativa de incidência de câncer de mama para o triênio 2020-2022 é de 660 casos absolutos, com uma taxa de 81,8 casos por 100 mil mulheres no município. 

O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com diferentes comportamentos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas e consequentes diferenças nas respostas farmacológicas. 

O sintoma mais comum da doença é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, rígido e desigual, mas há tumores que são de consistência de pouca intensidade, globosos e com maior definição. Outros sinais são edema cutâneo, retração cutânea, dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo e secreção papilar.

A doença é multifatorial, e os fatores de risco podem ser comportamentais, hormonais ou genéticos. O primeiro fator de risco é a idade, já que quatro de cinco casos acontecem depois dos 50 anos, e os fatores genéticos representam de 5% a 10% dos casos, mas, se apresentar mais de um, é considerado risco elevado para o câncer. 

Entre os fatores comportamentais estão o sedentarismo, a obesidade e o sobrepeso, principalmente depois da menopausa, consumo de bebidas alcóolicas e exposição constante a raios-X. Em relação aos fatores reprodutivos e hormonais destacam-se a primeira menstruação antes dos 12 anos, a primeira gravidez após os 30 anos, não ter tido filho, menopausa após 55 anos e ter feito reposição hormonal depois da menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Já os fatores genéticos incluem história familiar de câncer de ovário, histórico de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos, e caso de câncer de mama em homens na família, além de alteração genética nos genes BRCA1 e BRCA2.

No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma. Também é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no país. A taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada pela população mundial, foi 11,84 óbitos/100.000 mulheres, em 2020, com as maiores taxas nas regiões Sudeste e Sul, com 12,64 e 12,79 óbitos/100.000 mulheres, respectivamente. 

Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, no período 2016-2020, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,3% do total. A mortalidade aumenta progressivamente conforme a faixa etária.

Identificação - A identificação começa com a mamografia de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos, mesmo sem notar nenhum sinal ou sintoma, a cada dois anos. Esse é o único exame que permite descobrir o tumor em sua fase inicial, em que a probabilidade de cura pode chegar até 95%. Estratégia complementar é o autoexame como autoconhecimento da mulher sobre o próprio corpo para reconhecer alterações suspeitas. Além disso, mulheres fora da faixa de rastreamento devem buscar serviços de saúde para exame clínico de mamas e avaliação de fatores de risco.

Hábitos que ajudam a reduzir os fatores de risco para o câncer de mama em até 28% são a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, amamentação, manutenção de peso adequado, amamentação, e uso de hormônios sintéticos apenas com prescrição médica e evitar o consumo de bebidas alcóolicas.  

 

Patrícia Coelho

Gilmar Martins