Dia D da multivacinação e campanha contra paralisia infantil é neste sábado
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza neste sábado, 20, o Dia D da campanha de multivacinação de crianças e adolescentes até 15 anos incompletos e de crianças entre um e cinco anos contra a poliomielite. Estarão abertas 115 unidades de saúde para receber o público a ser imunizado, das 8h até as 17h. Também haverá vacinação contra a pólio no Parque Farroupilha (Redenção), das 9h às 15h, junto do Monumento ao Expedicionário. No local, poderão ser vacinadas ainda crianças de 3 e 4 anos contra a Covid-19. Para facilitar o acesso aos locais, haverá passe livre nos ônibus do sistema de transporte coletivo da Capital.
Na multivacinação, o objetivo é atualizar a carteira de vacinação, garantindo a crianças e adolescentes que ainda não completaram 15 anos todas as vacinas do calendário, de acordo com a faixa etária. Já as crianças entre um ano e menos de cinco precisam receber mais uma dose da vacina contra poliomielite – ou paralisia infantil – ou completar o esquema vacinal, dependendo da situação da criança.
As vacinas garantem proteção e saúde individual e coletiva. O diretor-adjunto de Vigilância em Saúde, Benjamin Roitman, destaca que as vacinas protegem tanto quem pode receber a dose quanto as crianças e adolescentes que por alguma razão não podem ser vacinadas. “Quanto mais pessoas estiverem vacinadas, maior será a proteção individual e coletiva”, enfatiza Roitman.
O diretor da DVS ressalta que Porto Alegre precisa melhorar o índice de cobertura vacinal da poliomielite. “Isso só vai acontecer se as crianças que precisam receber a dose da vacina forem vacinadas”, lembra. Em 2021, a cobertura vacinal contra poliomielite, calculada nas doses feitas em crianças com um ano de idade, ficou em 48%, quase a metade dos 95% preconizados como percentual de proteção.
A infectologista e pediatra Luiza Helena Falleiros Arllant, em entrevista ao podcast Voz do Cievs, produzido pela SMS, enfatizou a importância da campanha nacional de imunização contra a pólio. Presidente da Câmara Técnica de Certificação de Erradicação da Poliomielite no Brasil junto à Organização Panamericana de Saúde, Arllant lembrou no programa que, durante muitos anos, a cobertura vacinal foi alta. Isso significa que o vírus da doença não tinha risco de ser transmitido. Com o passar dos anos, as pessoas foram diminuindo esse cuidado e deixando de levar as crianças a uma unidade de saúde para serem vacinadas.
“Muita gente não sabe, mas a pólio é uma doença muito grave. Ela pode deixar sequelas pra toda vida. Se a criança não estiver vacinada e for infectada pelo vírus, ela não vai correr o risco de morte. Mas o vírus vai afetar o sistema nervoso da criança, provocando lesões que levam à paralisia irreversível, principalmente nas pernas”, frisa a médica.
O episódio do podcast Voz do Cievs está disponível na plataforma AnchorFm, no Spotify e no Google Podcasts.
Gilmar Martins