Sensibilização para hanseníase é tema de ações em junho
Em junho, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vai intensificar ações para sensibilização sobre a importância do diagnóstico da hanseníase e acompanhamento de casos da doença. Uma das atividades será o monitoramento, por telefone, dos contatos dos pacientes que tiveram o diagnóstico confirmado nos últimos cinco anos na cidade, na chamada “Ação de busca ativa em hanseníase e Projeto em áreas de baixa e média endemia”.
Programada para a primeira quinzena do mês, a ação dá a largada para as atividades. Também será realizado o curso EAD Diagnóstico e Tratamento da Hanseníase, oferecido pela Fundação Oswaldo Cruz/Brasília, destinado a profissionais da rede de atendimento na primeira quinzena do mês. Para a última semana, está prevista capacitação presencial, tendo como tema uso de teste rápido para determinação qualitativa de anticorpos em pacientes.
A enfermeira Fabiane Soares, responsável pela vigilância da Hanseníase na Secretaria Municipal de Saúde, explica que a portaria ministerial de dezembro de 2021 prevê a incorporação de novos testes para apoio ao diagnóstico da hanseníase no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a doença atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a sensibilidade tátil e à dor. No Brasil, a hanseníase era denominada lepra até 1976, quando o antigo nome foi substituído oficialmente no país.
Entre 2017 e 2021, foram confirmados 38 casos na cidade, a maior parte em pacientes na faixa etária dos 50 aos 79 anos (61%), seguido de 20 a 49 anos, com 34%. O sexo feminino foi o mais atingido com 58% dos casos e 42% no sexo masculino. A população branca é a mais atingida, com 71% do diagnóstico e 29% na população negra de Porto Alegre.
A técnica da SMS explica que as restrições impostas pela pandemia de Covid-19 impactaram na detecção e no tratamento oportuno de casos de hanseníase em todo o Brasil. Ela destaca que desde 2020 o número de notificações vem caindo na cidade. Em 2022, não houve notificação casos novos de hanseníase Paucibacilar (estágio inicial da doença); em 2021, não foram identificados casos novos de hanseníase paucibacilar e, no ano de 2020, apenas um caso paucibacilar foi notificado à Vigilância Epidemiológica. Porto Alegre tem em acompanhamento um paciente paucibacilar e 11 do tipo multibacilar (casos com mais de cinco lesões de pele). "O diagnóstico precoce da hanseníase e o seu tratamento adequado evitam a evolução da doença e, consequentemente, impedem a instalação das incapacidades físicas por ela provocadas", enfatiza Soares.
Sinais e sintomas – Merecem atenção manchas no corpo, com alteração de sensibilidade; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas; caroços e inchaços pelo corpo, podendo, em alguns casos, ser avermelhados ou doloridos. “Em caso de identificação de alguns dos sintomas, a recomendação é a avaliação clínica em atendimento de saúde”, lembra a enfermeira. Soares destaca que quanto mais precoce é o diagnóstico, maior a chance de prevenir sequelas físicas. A transmissão ocorre pelo contato próximo e prolongado com pessoas doentes sem tratamento.
Andrea Brasil