Tire suas dúvidas sobre vacinação infantil contra a Covid-19

08/02/2022 08:45
Cristine Rochol/PMPA
SMS
Todas as crianças a partir de cinco anos podem ser vacinadas contra a Covid-19

Iniciada no dia 19 de janeiro na Capital, a vacinação de crianças contra a Covid-19 tem gerado muitas dúvidas nos pais ou responsáveis. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) preparou uma série de perguntas e respostas sobre o tema. Confira:

1.Qual o público contemplado na campanha?

Todas as crianças a partir de 5 anos.

2. Qual vacina está sendo ministrada nas crianças?

No momento, está autorizado no Brasil o uso da vacina pediátrica da Pfizer/BioNTech em crianças a partir de 5 anos e Coronavac/Butantan a partir de 6 anos (exceto imunocomprometidos).

3. Segurança, eficácia, potenciais riscos e benefícios da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 em crianças:

Origem: Americana e Alemã

Eficácia: 90,7%

Intervalo entre as doses: 8 semanas

Benefícios: redução de internações, casos graves e mortes

Segurança: pesquisas demonstraram que o imunobiológico é seguro e desenvolve imunogenicidade (produção de anticorpos)

Público-alvo: Crianças de 5 a 11 anos

4. Segurança, eficácia, potenciais riscos e benefícios da vacina Coronavac/Butantan contra a covid-19 em crianças:

Origem: Chinesa (vírus inativado)

Eficácia: até 95%

Intervalo entre as doses: 28 dias

Benefícios: redução de internações, casos graves e mortes

Segurança: pesquisas demonstraram que o imunobiológico é seguro e desenvolve imunogenicidade (produção de anticorpos)

Público-alvo: pessoas a partir de 6 anos

5. Essas vacinas para crianças estão sendo utilizadas por outros países?

Sim. Além da análise técnica minuciosa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a vacina pediátrica da Pfizer tem sido utilizada em mais de 30 países, dentre eles a Alemanha, o Canadá, os Estados Unidos, a França e Portugal, sendo 8 milhões de doses apenas nos Estados Unidos. Já a Coronavac já está sendo utilizada em crianças em países como a China, Chile, Hong Kong, Indonésia e Equador.

6. Qual é a idade para o recebimento de cada vacina?

Podem receber a vacina pediátrica da Pfizer todas as crianças de 5 até 11 anos, 11 meses e 29 dias no momento da primeira dose. Pessoas com 12 anos completos ou mais no momento da primeira dose devem receber a formulação da vacina para adultos. A CoronaVac poderá ser utilizada em crianças acima de 6 anos - entretanto, pessoas com imunossupressão que tenham de 6 a 17 anos, devem receber outra vacina.

7. Quais são as contraindicações da vacina contra a covid-19 para crianças?

A vacina é contraindicada para crianças com hipersensibilidade ao princípio ativo ou a outros componentes da vacina e para aquelas que já apresentaram uma reação anafilática confirmada a uma dose anterior de uma vacina da COVID-19. Como saberei que a criança está recebendo a versão pediátrica da vacina?

8. Qual a diferença da vacinação de adultos e crianças?

No caso da vacinação de crianças de 5 a 11 anos com Pfizer, os frascos das vacinas pediátricas possuem frasco com a tampa de cor laranja e ⅓ da dose de adultos. Para evitar confusões, os serviços de saúde não vacinam adultos e crianças no mesmo ambiente. Pessoas acima de 12 anos vacinadas com Pfizer recebem a mesma dosagem dos adultos. A CoronaVac possui a mesma formulação para todas as pessoas, ou seja crianças, adolescentes e adultos.

9. Quais documentos são necessários para a vacinação?

Documento de identidade com CPF do pai, mãe ou responsável legal e da criança.

10. As crianças devem estar acompanhadas dos pais no momento da vacinação?

Os pais ou responsáveis legais devem estar presentes no momento da vacinação e manifestar concordância com a imunização. Em caso de ausência de pais ou responsáveis, a vacinação deverá ser autorizada por um termo de assentimento por escrito.

11. Quanto tempo depois da primeira dose a criança deve receber a segunda dose?

A criança que recebeu a vacina pediátrica da Pfizer deve receber a segunda dose em um intervalo de 8 semanas (cerca de 2 meses), mesmo intervalo para a segunda dose em sua formulação adulta. A CoronaVac tem intervalo de 28 dias (cerca de 1 mês) entre doses.

12. As crianças também receberão a terceira dose da vacina contra a covid-19?

Ainda não há definição do Ministério da Saúde sobre a necessidade de dose de reforço para crianças.

13. A criança que recebeu a primeira dose pediátrica da Pfizer completou 12 anos durante o período de espera para o recebimento da segunda dose. O esquema vacinal será finalizado com a vacina pediátrica ou para adultos?

A criança que receber a primeira dose da vacina pediátrica completará o esquema vacinal também com a vacina pediátrica.

14. Posso colocar a vacinação da criança em dia no mesmo momento que a vacina da covid-19?

Por precaução, recomenda-se um intervalo de 15 dias entre a vacinação contra a covid-19 e a administração de outras vacinas do calendário vacinal.

15. A criança testou positivo recentemente e/ou está com sintomas no momento da vacinação. Posso vaciná-la mesmo assim?

Não. A vacinação deve ser adiada se a criança:

  • estiver apresentando quaisquer sintomas febris/respiratórios, até a sua recuperação clínica total;

  • tenha apresentado exame positivo para a covid-19, com a orientação de aguardar 28 dias após o início dos sintomas e/ou da coleta do exame positivo, em caso de crianças assintomáticas.

16. Quais são os eventos adversos mais comuns após a vacinação e quais são os sinais de alerta?

A bula da vacina pediátrica da Pfizer aponta que dor, inchaço e vermelhidão no local da injeção, fadiga, calafrios, dor de cabeça e mialgia são eventos que ocorrem em mais de 10% das crianças. Diarreia, vômito, dores nas articulações e febre ocorrem em 1% a 10% das crianças. Menos de 1% das crianças têm mal-estar, dor no braço, náusea, diminuição do apetite, linfadenopatia, urticária, coceira e erupção cutânea. Não houve registro de casos de anafilaxia nos ensaios clínicos.

Já para a CoronaVac, dados de outros países apontam a ocorrência de eventos adversos leves em aproximadamente 0,01% das pessoas vacinadas. Anafilaxia e convulsões ocorreram em, respectivamente, 0,27 e 0,24 casos a cada 100.000 doses aplicadas.

Os pais ou responsáveis deverão estar atentos aos sinais e sintomas de eventos adversos graves como: dores repentinas no peito, palpitação, falta de ar e sinais de reação alérgica. Nesses casos é importante realizar uma avaliação médica, procurando um pronto atendimento ou acionando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

17. Há risco de miocardite após a vacinação em crianças?

A miocardite é listada como um risco potencial da vacina pediátrica da Pfizer, mas nenhum caso foi registrado nos ensaios clínicos com acompanhamento de até 3 meses após a segunda dose. Na Nota Técnica do MS sobre a CoronaVac, não há menção de risco de miocardite. Estudos também apontam que as taxas relatadas de miocardite são maiores após a infecção por SARS-CoV-2 do que após a vacinação. Além disso, o Ministério da Saúde, os estados e os municípios estarão monitorando os dados de segurança para avaliação contínua e minuciosa dos eventos relacionados à vacinação.

18. Por que a CoronaVac não está recomendada para pessoas de 6 a 17 anos com imunossupressão?

Ainda que a CoronaVac venha sendo utilizada com segurança em adultos imunocomprometidos desde o início da campanha de vacinação, não há estudos suficientes no público de crianças imunossuprimidas. Assim, por precaução, recomenda-se a utilização da Pfizer, que foi liberada pela Anvisa sem esta restrição.

19. Houve problema no registro da carteira de vacinação. Como solicitar a correção?

Entre em contato com a Secretaria Municipal de Saúde exclusivamente por mensagens de texto no WhatsApp, através do número (51) 3289-2715. Na mensagem, deverá ser informado o número do cartão SUS, além de ser enviada uma foto da carteirinha de vacinação no qual constam os dados, como data de aplicação, lote e marca do imunizante. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

20. Quais são os locais, dias e horários de vacinação?

É possível acompanhar os locais e horários de vacinação nas redes sociais da Secretaria Municipal de Saúde ou no site.

Luize Baini

Andrea Brasil