Último domingo de janeiro lembra dia de mobilização contra hanseníase

29/01/2022 08:22

No domingo, 30, será lembrado, em todo o país, o Dia Nacional de Luta Contra Hanseníase, doença crônica que tem cura e tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A data alerta a população sobre sinais e sintomas da doença e a importância do diagnóstico precoce.

Causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, a doença atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a sensibilidade tátil e à dor. No Brasil, a hanseníase era denominada lepra até 1976, quando o antigo nome foi substituído oficialmente no país.

No Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, a doença apresenta baixa endemicidade (doença comum em uma região). No entanto, novos casos são identificados todos os anos. Atualmente, há 11 pessoas em tratamento na Capital.

Entre 2017 e 2021, foram confirmados 38 casos na cidade, a maior parte em pacientes na faixa etária dos 50 aos 79 anos (61%), seguido de 20 a 49 anos, com 34%. O sexo feminino foi o mais atingido com 58% dos casos e 42% no sexo masculino. A população branca é a mais atingida, com 71% do diagnóstico e 29% na população negra de Porto Alegre.

Segundo a enfermeira Fabiane Soares, responsável pela vigilância da hanseníase na Vigilância em Saúde da Capital, dos pacientes diagnosticados em Porto Alegre 61% possui até a 8° série incompleta e 39% dos casos o ensino médio completo e superior. “A escolaridade tem relevância no entendimento sobre o agravo”, destaca.

Sinais e sintomas – Merecem atenção manchas no corpo, com alteração de sensibilidade; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas; caroços e inchaços pelo corpo, podendo, em alguns casos, ser avermelhados ou doloridos. “Em caso de identificação de alguns dos sintomas, a recomendação é de avaliação clínica em atendimento de saúde”, lembra a enfermeira. Soares destaca que quanto mais precoce é o diagnóstico, maior a chance de prevenir sequelas físicas. A transmissão ocorre pelo contato próximo e prolongado com pessoas doentes sem tratamento. 

 

Patrícia Coelho

Gilmar Martins