Vigilância orienta sobre mariposas do gênero Hylesia

21/03/2023 12:26

Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem recebido informações sobre maior infestação de mariposas do gênero Hylesia, especialmente na região do Arquipélago, e registrado aumento no atendimento na rede básica de saúde de casos de dermatite alérgica, que podem ser causados pelo contato do animal com a pele humana. 

De maneira geral, somente na forma larval – quando o animal está na fase de lagarta - é capaz de produzir efeitos sobre o organismo; as demais (pupa, ovo e adulto) são inofensivas. No entanto, as mariposas fêmeas adultas do gênero Hylesia (Saturniidae) apresentam cerdas no abdômen e estas, em contato com a pele, podem causar dermatite papulopruriginosa.

A espécie tem hábitos crepusculares, em particular no final da tarde, e na fase de lagarta os acidentes são mais comuns. Os animais habitam matas ou locais com grande cobertura vegetal e são atraídas pela luz. Os acidentes com os animais adultos ocorrem no final do verão e início do outono. 

Quadro clínico - O quadro clínico, após contato com as cerdas das mariposas, inicia-se com coceira intensa nas primeiras 24 horas podendo evoluir para bolhas locais, persistindo por até 14 dias. Como medidas de prevenção, a população exposta deve manter portas e janelas fechadas ou protegidas com telas, limpar mesas e utensílios localizados abaixo de lâmpadas acesas com pano úmido e com as mãos protegidas com luvas. Também as roupas de cama devem ser colocadas em armários fechados e manipuladas com cuidado e as roupas colocadas ou mudadas na hora de deitar.

Medidas preventivas para a fase mariposa do animal:
- Ao anoitecer, não acender as lâmpadas internas e externas das residências para evitar a atração; 
- Procurar manter portas e janelas fechadas durante o período noturno. 
- Se possível, telar as janelas; 
- Realizar a limpeza com um pano úmido nos móveis, para retirada de possíveis cerdas, até três vezes ao dia; 
- Quando as mariposas estiverem caídas, para retirá-las, evite varrer o local. Utilizar um pano úmido ou jogar água no chão, para evitar que as cerdas se espalhem; 
- Realizar a lavagem de paredes internas e externas para minimizar a postura da massa de ovos; 
- Se possível, trocar a roupa de cama todas as noites. Se não for possível, retirar roupa de cama ao levantar, e recolocá-la quando for dormir; 
- Se houver contato com a mariposa lavar a área atingida com água fria ou gelada e procurar a Unidade de Saúde mais próxima; 
- Se possível, capturar o animal, preferencialmente vivo, e levar para identificação no local do atendimento;
- Não aplicar álcool ou qualquer substância sem orientação médica.

Controle de infestação - O uso de inseticidas é contraindicado para controle das lagartas ou mariposas, pois o produto não é seletivo, eliminando outras formas de vida, inclusive seus predadores. Nos locais onde se pode fazer a catação manual, é a medida mais indicada. Sempre utilizando luvas e mangas compridas para proteção. Após a catação, eliminá-las.
      
Telefones úteis - Para mais informações e/ou dúvidas, a recomendação é contatar o serviço 156 da Prefeitura de Porto Alegre ou o Centro de Informação Toxicológica (CIT) do Rio Grande do Sul, pelo telefone 0800-721-3000.

Patrícia Coelho

Lissandra Mendonça