Marchezan defende legislação inovadora para meio ambiente
O prefeito Nelson Marchezan Júnior participou, no início da manhã desta quinta-feira, 12, no Auditório Mondercil de Moraes, do Ministério Público, da abertura do 8º Seminário Cidade Bem Tratada, realizado pela Fundação Mata Atlântica e Ecossistemas. A edição deste ano está focada no tema resíduos sólidos, água e energias renováveis. O encontro se estende até o final da tarde.
“Completo meus três anos de governo com duas frustrações relacionadas à área ambiental. Uma por não termos conseguido avançar no licenciamento para facilitar novos empreendimentos na cidade, e com agilidade. Outra diz respeito à logística reversa, em que ainda há muito para ser feito”, disse o prefeito. Marchezan lembra que iniciou seu governo com gigantesca expectativa por uma legislação inovadora, mas isso ainda não ocorreu.
A logística reversa consiste no retorno, para o setor empresarial, de produtos que precisam ser descartados apropriadamente quando passam a não ser mais utilizados pelo consumidor - como é o caso de lâmpadas. Ao serem recolhidos com procedimentos corretos e retornarem aos fabricantes, os materiais podem ser descartados ou reaproveitados, sem prejuízos à preservação ambiental.
Com relação aos serviços de água, saneamento e drenagem, Marchezan entende que não existe outra alternativa que não seja a parceria com a iniciativa privada. “É inadmissível que mais de 200 mil pessoas fiquem sem fornecimento de água durante três a quatro meses por ano e 44% do esgoto de Porto Alegre não seja tratado. Não vou sair sem encaminhar uma solução para isso”, garante. Sobre a energia renovável, acrescenta que pretende avançar e defende que isso seja feito com benefícios tributários.
Meio ambiente - O coordenador-geral do seminário, Beto Moesch, abriu o evento destacando as agressões constantes ao meio ambiente e afirmou que está demorando para que sejam encontradas as melhores soluções. “O seminário se caracteriza pela apresentação de dados e informações importantes sobre o que vem sendo feito na área ambiental. Desta vez, iremos além: vamos deixar clara a relação entre os três temas - gestão de resíduos sólidos, águas e energias renováveis, desde o início”, destacou Moesch.
Ele enfatizou que, em praticamente todo o Brasil, separam-se muito pouco os resíduos sólidos. "Reciclamos apenas 2% do que é urbano, sem incentivo e com tributação altíssima. A logística reversa ainda engatinha após nove anos da lei 12.305. Deixamos de gerar bilhões em reciclagem e deixamos ocioso um exército de pessoas que poderiam estar trabalhando nessa área, que mais cresce e gera emprego no mundo”, ressalta.
Estiveram presentes também o deputado estadual Dr. Thiago Duarte, representando a Assembleia Legislativa; o vereador Marcelo Sgarbossa, representando o Legislativo Municipal; o secretário adjunto estadual do Meio Ambiente e presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Comsema), Paulo Roberto Dias Ferreira; o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Germano Bremm; o secretário municipal do Meio Ambiente de Tramandaí e presidente da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), Fernando Campani; Mário do Nascimento, representante da Famurs; Leomir Girondi, representante da Companhia Riograndense de Resíduos; e o diretor-geral adjunto do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Omar Ferri Júnior, além de ambientalistas e estudantes.
Rui Felten