Alex Rocha/PMPA

Fomentar a inovação no setor público é um desafio comum a todos os gestores. Um processo que demanda investimentos, capacitação e mudança de cultura. Visando capacitar as lideranças responsáveis pelos projetos estruturantes na administração municipal, a Prefeitura de Porto Alegre promoveu um workshop nesta quarta-feira, 28. O evento contou com a participação do prefeito Sebastião Melo, secretários e diretores de órgãos da administração indireta em um debate sobre os desafios de liderar pessoas durante o processo de transformação cultural.

O encontro, que ocorreu no Centro Administrativo Municipal Guilherme Socias Villela (CAM), debateu estratégias de implementação e o uso de técnicas de gestão facilitadoras dos processos relacionados à inovação e ao uso de novas tecnologias, tratando de temas como trabalhar em cenários de adversidade e resistência, equilibrar o fator humano na tomada de decisão, formar líderes eficazes e gerenciar equipes globais respeitando as diferenças culturais.

Durante a abertura, Melo destacou a necessidade de estar alinhado às melhores práticas para o desenvolvimento de projetos inovadores.

“Os governos que mais entregam são aqueles que se propuseram a desencadear os processos de inovação. Isso é uma realidade incontestável. Em Porto Alegre, contamos com mais de 60% dos nossos licenciamentos na modalidade expressa, mas sabemos que ainda há muito a avançar, em diversas áreas” – Prefeito Sebastião Melo.

Organizado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE) e pela Gartner - consultoria que presta serviços ao Executivo Municipal - o evento contou com um painel ministrado por Gabriela Vogel, analista diretora sênior da Gartner Executive Leadership. Radicada na França, a especialista é responsável por projetar e implementar escritórios de gestão de mudança comportamental em diversos setores, trabalhando em parceria com institutos de pesquisa na França e Alemanha.

Orçamento - Gabriela destacou que o orçamento governamental para a área de TIC crescerá, em nível global, praticamente o dobro do orçamento total das administrações pública – 3,9% contra 2,2%, respectivamente. No entanto, ainda é preciso trabalhar para preencher as lacunas existentes pelo baixo investimento histórico em TIC, que na área pública ainda está dividido entre tecnologias consideradas basilares e tecnologias consideradas emergentes. "É uma transformação difícil e muito disso ocorre por causa da resistência das pessoas. No entanto, hoje em dia há mais dinheiro para investir em tecnologia. Sendo assim, é necessária uma visão compartilhada que alinhe as expectativas das partes interessadas”, afirmou a especialista. 

Para o titular da SMPAE, secretário Cezar Schirmer, o serviço público chegou a um ponto de ruptura que torna obrigatória a revisão de conceitos e a adoção de uma postura que conjugue as obrigações legais dos governos e o estímulo a novas metodologias, processos e tecnologias. “Os avanços foram feitos, mas é necessário consolidar o que já se fez e abrir caminho para novas experiências. Queremos que a inovação seja incorporada ao dia a dia dos servidores. Na SMPAE, trabalhamos para mudar a cultura do ‘sempre foi assim’. Não há nada mais atrasado do que essa mentalidade”, avaliou.