Estudo inédito monitora filhotes de urubus-de-cabeça-preta
A Equipe de Fauna Silvestre da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) está desenvolvendo um estudo inédito na prefeitura ao monitorar o crescimento de três filhotes de urubus-de-cabeça-preta. Desde agosto, os filhotes de Coragyps atratus estão tendo seu crescimento acompanhado, com análises morfométricas (comprimento, altura e largura do bico, tamanho dos tarsos - ossos da pata, dedos médios e asas, além da massa corporal), utilizando equipamentos específicos e seguindo protocolos de segurança. As aves serão monitoradas até formarem um bando e saírem dos ninhos em busca do seu próprio alimento.
Os urubus encontram-se em um edifício residencial no bairro Jardim Itu, Zona Norte da cidade. A equipe da Smamus foi acionada pelos moradores para realocar um dos ninhos, instalado no compartimento da caixa d’água. “O ninho contava com dois ovos e foi reposicionado para outro espaço no terraço, próximo ao local escolhido pelos pais. Estes dois filhotes já nasceram”, conta a bióloga Soraya Ribeiro, chefe da Equipe de Fauna Silvestre. O segundo ninho permaneceu em uma floreira, em um dos apartamentos, e conta com um ovo, colocado pela fêmea no início deste mês. “Este filhote ainda está sendo chocado”, acrescenta.
A iniciativa conta com a cooperação dos condôminos e envolve a utilização de câmera trap Bushnell, com tecnologia infravermelha. “A partir dessas análises, vamos ter respostas para questões importantes. Não sabemos, por exemplo, quanto tempo os filhotes ficam nos ninhos atualmente, já que houve mudanças de hábitos por conta das alterações climáticas”, explica Soraya Ribeiro. Esse estudo é inédito e poderá servir de base para as outras cidades o replicarem e, a partir da comparação de dados, se chegar a estimativas médias para o Estado e país.
Encontrados geralmente em terraços, os urubus-de-cabeça-preta são animais protegidos pela Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), bem como seus ninhos e filhotes.
Andrea Brasil