Ângela Molin/Smamus PMPA

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) promoveu na noite dessa quinta-feira, 7, uma live sobre Fauna Silvestre no Meio Urbano de Porto Alegre. A atividade é uma pré-conferência preparatória à Conferência Municipal do Meio Ambiente, programada para o ano que vem, que está sendo organizada pelo Conselho do Meio Ambiente (Comam). 

Na abertura, o secretário Germano Bremm saudou os participantes e a iniciativa. “Temos a oportunidade de ouvir a experiência de estudiosos do tema, num importante momento de aprendizado”, destacou ao apresentar as duas palestrantes. Graduada em Ciências Biológicas, com especialização em Monitoramento e Inventariamento de Fauna, a mestranda em Sistemática e Conservação da Diversidade Biológica, Patrícia Dias, falou sobre Bugio-ruivo em Porto Alegre: Avanço da urbanização e as ameaças à espécie. A também bióloga Soraya Ribeiro é a coordenadora da Equipe de Fauna Silvestre da Smamus, tem mestrado em Biociências (zoologia) e é doutora em Diversidade e Manejo da Vida Silvestre. Soraya explanou sobre o trabalho desenvolvido pela equipe.

“O Brasil é o país com maior diversidade de primatas no mundo, com 139 espécies. No Rio Grande do Sul, temos a presença do macaco-prego, do bugio ruivo e do bugio preto. O bugio ruivo só ocorre em Mata Atlântica e é o foco dos nossos estudos”, introduziu Patrícia, ao explicar que, em 1998, foi feito um mapa da ocorrência do bugio ruivo em Porto Alegre, o que norteou o trabalho desenvolvido. “A ausência de planejamento urbano ocasiona a redução de habitat para o bugio-ruivo, espécie já categorizada como em ameaça de extinção". Pesquisadora do Programa Macacos Urbanos, Patrícia destacou a parceria com a Smamus para manejo, construção de políticas públicas, pesquisa e educação ambiental.

Em sua fala, Soraya destacou que a criação da Equipe de Fauna Silvestre, em 2008, foi resultado de um movimento dos próprios servidores da Smamus, que perceberam a necessidade do trabalho. “Atuamos com foco em animais silvestres de vida livre, educação ambiental, saúde e conservação. As solicitações de cidadãos aumentam no calor e diminuem no inverno, conforme a sazonalidade do ciclo reprodutivo dos animais”, disse, destacando que as ocorrências envolvem principalmente aves, gambás, cágados, lagartos e ouriços. “Nosso objetivo é sempre que o animal volte ao seu habitat natural. Se estiver ferido, seguirá para tratamento até que esteja em condições de ser solto na natureza”, explicou.

A atividade foi mediada pela assessora jurídica da Smamus, Ângela Molin, que colocou o espaço das prés-conferências disponível a todos que tiverem pesquisas e trabalhos para apresentar. “O tema do nosso próximo encontro será flora. Atividades como a de hoje só reforçam que a pesquisa científica é fundamental para a construção de políticas públicas que atendam às necessidades reais”, destacou.

Ao final das apresentações, as palestrantes responderam a questionamentos dos participantes. A pré-conferência foi organizada por uma comissão integrada por representantes da Smamus, Agapan e Instituto Todavida.