Líbano é bicampeão da Copa dos Migrantes e Refugiados

27/11/2022 19:17
Eduarda Alcaraz / SMDS / PMPA
Desenvolvimento Social
Equipe conquistou o segundo título do torneio ao vencer Guiné-Bissau na decisão.

A Copa dos Refugiados e Migrantes, realizada neste domingo, 27, no Sesc Campestre, sagrou os representantes do Líbano como os campeões de 2022. O confronto final com o time de Guiné-Bissau terminou em 2 a 1, em decisão por shoot-out (estilo de pênalti em movimento,  mais usada no futebol 7). O torneio é promovido pela organização África do Coração - Pelo Direito de Migrar (PDMIG), em parceria com as secretarias de Desenvolvimento Social e Esporte, Lazer e Juventude, da Saúde, o Comitê Municipal de Atenção a Migrantes, Refugiados, Apátridas e Vítimas do Tráfico de Pessoas e a Fundação Pan-Americana pelo Desenvolvimento.

O capitão do time vencedor, Thiago Schmitt, tem 39 anos e é descendente de libaneses. Ele levantou a taça e reforçou o sentimento do time de defender a própria origem. "É bom demais ser bicampeão defendendo a nossa família. É muito gratificante", comemorou Schmitt.

Além do bicampeonato, o goleiro do Líbano, Guido, também recebeu o prêmio de goleiro menos vazado da competição. O atleta da Venezuela, Argenis Campos, foi o artilheiro. A equipe da Angola recebeu premiação por fair play: cometeu menos faltas e não recebeu nenhum cartão. O prêmio de melhor torcida foi para Guiné-Bissau. 

Para o coordenador da Unidade de Povos Indígenas, Imigrantes, Refugiados e Direitos Difusos da SMDS, Mario Fuentes Barba, os jogos são uma síntese de um trabalho realizado todos os dias. "Porto Alegre acolhe cerca de 30 mil migrantes de 32 nacionalidades. São os novos cidadãos de Porto Alegre, assim que queremos que eles sejam reconhecidos", afirmou Barba.
 
Nesta edição, participaram refugiados e migrantes representantes de dez países: Angola, Senegal, Colômbia, Haiti, Venezuela, Palestina, Líbano, Chile, Guiné e Peru. Para Januário Gonçalves, da ONG África do Coração, a Copa celebra a união entre os povos. "O grande objetivo do evento é oportunizar a integração entre os grupos e foi cumprido com muito êxito", explicou Gonçalves. Natural de Angola, ele chegou nlao Brasil há 32 anos, vive em Porto Alegre e faz um pedido: "pare de dizer não à migração. Migrar ou pedir refúgio não é delito e sim um direito".

Cesar Lopes / PMPA
Desenvolvimento Social
Competição foi disputada neste domingo no campo do Sesc Campestre

A Copa dos Refugiados e Migrantes contou com diversos parceiros. A Fundação Pan-Americana de Desenvolvimento Social é um órgão internacional de apoio à Imigrantes e refugiados no Brasil. Segundo a diretora técnica da PADF, Soraya Pessino, a Copa é um exemplo de integração e atenção a essas pessoas. "Quando uma atividade como essa acontece com apoio do poder público, organizações sociais e com os próprios migrantes, entendemos que é uma atividade efetiva intercultural. Respeita as individualidades e dá condições para promover o desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável", destacou Soraya.
 
O campo do Sesc Campestre não só foi sede dos jogos, como também cedeu o espaço para o sorteio das chaves das partidas. O diretor do Sesc Protásio Alves, Fabrício Gianezini, destacou a responsabilidade social como um dos pilares da instituição. "Quando envolvemos esporte como ferramenta, a inclusão se torna ainda mais formidável. Nós temos o lazer como o pilar principal dessas iniciativas", disse Gianezini.

Saúde - A Secretaria Municipal da Saúde lançou a estratégia "Teste e trate" durante os jogos. Neste domingo, a equipe do ônibus Fique Sabendo realizou cerca de 50 testes rápidos para detecção de hepatites virais B e C, sífilis e HIV. Além de coleta de escarro para detecção de tuberculose.Também foram distribuídos preservativos, gel lubrificante, material informativo e orientações de prevenção e educação em saúde. O objetivo é remover barreiras de diagnóstico e tratamento em pessoas em situações de vulnerabilidade. A simplificação do cuidado é fundamental para a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública.

 

Eduarda Alcaraz

Gilmar Martins