Artigo: Presente e futuro da educação básica de Porto Alegre
As ações são estruturantes e seus resultados, embora já sejam animadores, irão muito além da atual gestão. Mudanças que redefinem a educação são fundamentais, mas operam lentamente e dependem de uma concepção abrangente. Às medidas já tomadas subjaz a ideia de que educação é tarefa de muitos e a coordenação de seus esforços, papel republicano do poder público.Â
O sistema de educação básica de Porto Alegre (da pré-escola ao nono ano) é bastante plural e isso é uma virtude. Quase metade das vagas de ensino fundamental é fornecida pelo Estado, 25% por escolas privadas (com fins lucrativos ou não) e 25% pelas 56 municipais. IncluÃmos em 2017 a esse ecossistema a primeira escola comunitária de educação básica do municÃpio, e provavelmente do paÃs, da pré-escola ao fundamental. Em 2019, poderão ser quatro. Na educação infantil, as privadas são maioria, com mais de 500 unidades, seguidas pelas 218 da rede comunitária e as 43 escolas da rede municipal.Â
Nesse contexto de pluralidade virtuosa, a Smed não pode se restringir à rede municipal, mas tem de coordenar o ecossistema, o que enseja mudanças na própria secretaria. Esse é o terceiro grande movimento. O resultado será uma pasta que organiza esses atores, com planejamento de vagas, facilitação da troca de experiências, levantamento de dados, avaliação de resultados e financiamento de iniciativas públicas e da sociedade. Educação é tarefa de muitos e o papel da secretaria é ajudá-los a mudar nosso futuro.
Adriano Naves de Brito
Secretário Municipal da Educação de Porto AlegreÂ
 *Artigo originalmente publicado em GaúchaZH em 14 de fevereiro
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Fabiana Kloeckner