Escolas estatais e comunitárias recebem formação ambiental

16/09/2019 17:01
Adriano Amaral/SMED PMPA
EDUCAÇÃO
Segunda etapa da capacitação deverá ocorrer em novembro

Cerca de 80 professores, diretores e coordenadores pedagógicos das escolas de educação infantil e ensino fundamental das redes públicas municipal e comunitária de ensino participaram, nesta segunda-feira, 16, na Smed, de formação sobre educação ambiental. Ministrada pela pedagoga e engenheira ambiental da Coordenação de Gestão e Educação Ambiental (CGEA) do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Patrícia Russo, a capacitação focou no trabalho das escolas, com a oferta variada de informações voltadas à construção de práticas sustentáveis, e na difusão dos processos de gestão de resíduos sólidos em Porto Alegre. A segunda etapa da formação deverá ocorrer em novembro.

Conforme a palestrante, a palavra “lixo” deixou de ser usada para identificar os itens inservíveis e descartáveis a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.304, de agosto de 2010), que substituiu o termo por “resíduo aproveitável”. Segundo ela, a separação correta dos resíduos para a coleta seletiva ainda gera dúvidas, assim como os materiais reutilizáveis, recicláveis ou que requerem tratamento de descontaminação, e a escola deve ser referência para a comunidade e seu entorno.

Quanto à reutilização, a engenheira deu dicas e esclareceu alguns equívocos, como a utilização de garrafas PET e pneus para confecção de brinquedos ou abrigar mudas de plantas. “Não vale a pena tirar um produto da cadeia da reciclagem já estabelecida para uma curta serventia ou entretenimento. Os pneus servem para isolante térmico, para asfalto, e outros produtos fundamentais”, pontua a palestrante.

As embalagens de vidro e contentores plásticos de alimentos, por exemplo, devem ser reutilizados, mas prioritariamente na finalidade para que foram criadas – também não vale a pena armazenar lápis ou giz em potes de sorvete. Os copos plásticos devem ser banidos das escolas, mas, em caso de necessidade, os de polímeros mais resistentes têm melhor aproveitamento na reciclagem e menos chances de virar rejeito (a parte que é destinada aos aterros sanitários) do que os plásticos maleáveis.

O Rio Grande do Sul é o único estado brasileiro a manter reciclagem de vidro, e a melhor maneira de descartá-lo é em caixas de papelão abertas, o que facilita o recolhimento e a sua disposição na bombona da coleta seletiva.

Patrícia ainda deu dicas também para o descarte do papel, o principal resíduo escolar, que deve ser acumulado em um recipiente específico para facilitar o envio à reciclagem – que é realizada somente na indústria. No lugar de pequenas lixeiras na sala de aula, o que não incentiva a separação dos resíduos, o melhor é dispor de ilhas de descarte para a destinação correta para cada material.

Os principais serviços do DMLU nas escolas públicas de Porto Alegre, municipais ou estaduais, também foram destacados na formação, despertando o interesse da plateia. Cerca de 50 instituições contam com Estações Integradas de Compostagem e Plantio Sustentável, implementadas por técnicos do órgão gratuitamente. O Departamento também realiza o Plantio Urbano Sustentável, implantando floreiras ou hortas em locais externos, geralmente em pontos de acúmulo irregular de lixo, e também nos espaços internos das escolas.

Para o educador Nocilmar Vidal Santos, professor dos Anos Iniciais e Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Municipal de Ensino Fundamental Lidovino Fanton, na Restinga, e especialista em gestão ambiental pelo Instituto Federal, o encontro possibilitou atualizar seu repertório de informações. “Foi muito produtivo. Não sabia que o EVA que tanto utilizamos não pode ser reciclado. Esse material eu não uso mais”, brinca. “Foi bom também para saber o que as demais escolas estão produzindo em educação ambiental”, completa. O tema é trabalhado na Lidovino, que mantém atividades como horta e oficinas do Laboratório de Inteligência do Ambiente Urbano (Liau).

Unidades de Triagem– Para a coleta seletiva, que desde setembro de 2015 é realizada em 100% das ruas que comportam a entrada de caminhões pelo menos duas vezes por semana, a Capital conta com 17 Unidades de Triagem de Resíduos Recicláveis, onde atuam 600 colaboradores. Já os rejeitos, após coletados, seguem para a Estação de Transbordo da Lomba do Pinheiro e depois para o aterro sanitário em Minas de Leão. Durante 24 horas, a cada cinco minutos, alertou a palestrante, sai um caminhão carregado com 23 kg de rejeitos, o que custa cerca de R$ 7 milhões mensais aos cofres municipais.

 

Cristina Lac

Gilmar Martins

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