Feira na Smed expõe trabalhos de alunos das escolas especiais
Professoras do Programa de Trabalho Educativo (PTE) das Escolas Municipais Especiais de Ensino Fundamental (Emeefs) Lygia Morrone Averbuck, Professor Luiz Francisco Lucena Borges e Escola Bilíngue de Surdos Salomão Watnick realizaram, na tarde desta terça-feira, 9, a primeira feira expositiva de artesanato e alimentos do programa que visa preparar alunos com deficiência para o mundo do trabalho. A feira ocorreu no auditório do 6º andar da Secretaria Municipal de Educação (Smed), onde também houve uma formação para educadores da Sala de Integração e Recursos (SIR).
A coordenadora de Educação Especial da Smed, Cláudia Amaral Lamprecht, salienta que a exposição tem como objetivo apresentar o trabalho realizado por alunos com deficiência dentro do Programa Trabalho Educativo, que é desenvolvido tanto nas escolas de ensino fundamental regular, com alunos das salas de recursos, quanto com alunos das escolas especiais. “É a nossa primeira feira e nós queremos expandir essa ideia para outras atividades formativas da Smed, levando a proposta do PTE para divulgar o trabalho que os alunos e as professoras fazem”, explica Cláudia.
O trabalho em equipe realizado pelos estudantes permite a entrega de peças artesanais em madeira, como caminhas para cachorros, quadros e placas com frases motivacionais criadas pelos alunos, vasos de cerâmica decorados, enfeites em tecido, utensílios de cozinha e decoração, como panos de prato decorados com crochê e culinária. Todo esse trabalho em equipe gera renda e aumenta a criatividade dos estudantes.
Na Escola Lygia Averbuck, os alunos aprendem o passo a passo para produzir chocolate em casa. A professora do PTE da Emeef Lygia Averbuck Angela Vigulo explica que, com o dinheiro da venda dos chocolates, são organizadas viagens de trabalho para os alunos. “Nós estamos tentando instrumentalizá-los para que, quem não vai ao mercado de trabalho, possa ter uma função a ser realizada em casa e uma renda”, afirma a professora.
A professora Fabíola Borowsky, do PTE da Escola Lucena Borges, explica que a comunidade escolar já conhece o trabalho coletivo dos estudantes, que já foi exposto no Brique da Redenção e em festas da instituição. Conforme a professora Fabíola, o trabalho de artesanato em madeira reaproveitada é coletivo, e os estudantes que dele participam estavam representados na feira pelo aluno Paulo Franken de Mello, responsável pela marcenaria das peças expostas.
“No Programa de Trabalho Educativo a gente desenvolve atividades relacionadas ao mundo do trabalho, mas não só como mercado formal, como é visto hoje, mas também como uma atividade terapêutica e ocupacional que eles possam levar para a vida futura, fora da escola, a assim possuírem uma fonte de renda e estender isso para a família”, declara Fabíola.
Na Escola Bilíngue de Surdos Salomão Watnick, os estudantes aprendem artesanato e culinária como forma de geração de renda, o que já é reconhecido pela comunidade escolar, conforme explica a professora Sabrina Gauss. “Normalmente nós expomos nos momentos festivos da escola e hoje é a primeira vez aqui na Smed. Nesse ano nós ensinamos como produzir a palha italiana”, conta, referindo-se ao doce de brigadeiro com maizena que é fácil de fazer e tem boa comercialização.
PTE - É um serviço da Smed criado em 1996 para preparar alunos com deficiência (física, sensorial e intelectual), transtornos globais do desenvolvimento e transtorno do espectro autista, em fase de conclusão do Ensino Fundamental, para o mundo do trabalho, oferecendo novas possibilidades de aprendizagem para além do espaço escola. Visa a incentivar a prática da cidadania, a inserção na cultura e a participação na sociedade.
O programa conta com o apoio do Sistema S, da Superintendência Regional do Trabalho, do Comitê Pró-Inclusão e do Grupo de Apoio Local na oferta de cursos de capacitação e encaminhamento ao mercado de trabalho. O PTE está presente nas quatro escolas especiais do município (Lucena Borges, Lygia Averbuck, Elyseu Paglioli e Tristão Sucupira Vianna), no CMET Paulo Freire, na Escola Bilíngue de Surdos Salomão Watnick e para alunos de escolas regulares atendidos nas Salas de Integração e Recursos (SIR-PTE).
Gilmar Martins