A informatização trouxe boas notícias na área de regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Acompanhar o paciente desde a indicação de internação na rede hospitalar, entrada na instituição, procedimentos realizados ou trocas de hospital pode ser feito em plataforma web unificada. A partir da implantação do Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint), em janeiro, foi possível chegar a 97% do monitoramento de leitos hospitalares, dos quais 64% em tempo real, operando de forma integrada com os hospitais, o que permite acompanhar toda movimentação do paciente, da internação à alta. Com relação ao tempo, 66% dos pacientes obtiveram o leito em menos de 24 horas da solicitação e 14% entre 24 e 48 horas. 

O sistema mostra ainda uma ampliação de 105% no registro de internações, de 70.726, em 2017, para 144.833 até novembro deste ano. De acordo com a Coordenação de Regulação da SMS, pela primeira vez é possível estabelecer a métrica de internações hospitalares. “Hoje, a secretaria consegue acompanhar de perto praticamente todas as internações feitas na cidade, identificando onde estão os leitos livres”, explica o coordenador Jorge Osório. Conforme o médico, a abertura do Hospital Santa Ana e a ampliação da estrutura do Hospital Restinga-Extremo Sul refletiram diretamente na agilidade do processo. “Esses hospitais deram um impacto positivo na regulação, pois se observou uma diminuição no tempo de acesso do paciente ao leito”, afirma.

O Gerint faz parte do Sistema de Informações para o Complexo Regulador, desenvolvido pela prefeitura, por intermédio da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa) e da SMS. A iniciativa já recebeu os prêmios Smart Cities – Cidades Inteligentes: categoria Inovação em Saúde, Experiências Exitosas no SUS: temática Inovação e Informatização do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e Melhor Experiência na Temática Regulação do SUS no Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Consultas – A gestão da oferta e da demanda de consultas especializadas também faz parte do Sistema de Informações para o Complexo Regulador. Implantado em julho de 2016, o Gerenciamento de Consultas (Gercon) contribuiu para a diminuição do tempo médio de espera para consultas especializadas classificadas como prioritárias de 52 para 22 dias. Neste ano, o total de solicitações em espera teve uma redução de 15% em relação a 2017. Em ortopedia, por exemplo, a espera por consulta especializada reduziu de 26 mil para 12 mil. Outro dado importante foi a redução do absenteísmo nas consultas, que passou de 40% para 10%. 

“Com ações integradas de telessaúde, qualificação da solicitação e apoio às unidades de saúde para identificar a real necessidade dos pacientes, conseguimos atualizar as informações e avaliar a prioridade da maioria dos casos, qualificando a regulação”, afirma Osório. Segundo ele, foi possível priorizar casos de maior gravidade e urgência e não ficar com uma espera apenas cronológica e desatualizada das solicitações em fila, reduzindo muito a espera. Atualmente, todos o casos reclassificados e regulados com prioridade vermelho ou laranja conseguem consultar com um ortopedista em cerca de 30 dias.