Cristine Rochol/PMPA

Todos os anos, há mais de duas décadas, o Ministério da Saúde realiza campanha de vacinação contra influenza A e B (gripe) em todo o Brasil. A intenção é diminuir complicações causadas pelas infecções virais que podem levar a internações hospitalares e a óbitos. Neste ano, a campanha começou em 10 de abril e, desde então, 213.145 doses da vacina foram administradas em Porto Alegre – a maior parte delas, em pessoas com 60 anos ou mais (135.939 doses). O total corresponde a 30% da meta estimada pelo Ministério da Saúde para os grupos prioritários.

Nesta semana, 5.993 pessoas acima de 30 anos aproveitaram a oportunidade de garantir a proteção. Com esse grupo, o número de doses aplicadas na cidade até esta quarta-feira, 17, é de 219.318.

A baixa procura pela imunização motivou o MS a ampliar a oferta para todas as pessoas a partir dos seis meses de vida, o que vem sendo feito em Porto Alegre, ao longo desta semana, de forma escalonada. “Quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor a circulação viral e a transmissão da doença antes do inverno”, enfatiza a enfermeira Renata Capponi, do Núcleo de Imunizações (NI) Zona Sul da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Grupos prioritários - A chefe do NI, no entanto, destaca a importância de os grupos prioritários - crianças, gestantes, professores, puérperas, indígenas, pessoas com deficiência e com comorbidade e aquelas com 60 anos ou mais - receberem a dose. “Em alguns casos, a vacina pode não impedir que a pessoa seja infectada pelo vírus, mas ela garante proteção contra complicações  que podem levar um paciente à morte”, diz Capponi.

Mesmo com a proteção, a gripe pode apresentar sintomas mais fortes naquelas pessoas que fazem parte dos grupos de risco.  Nesses casos, quando é necessária a hospitalização, as admissões nas UTIs (unidades de terapia intensivas) e o tempo de permanência nos hospitais são reduzidos. O risco de morte também diminui.

A enfermeira enfatiza que, neste ano, 23 pessoas já foram internadas em hospitais por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Dessas, duas evoluíram para o óbito, um idoso de 68 anos e um jovem de 19, com comorbidades. “É fundamental que as pessoas que integram grupos prioritários busquem a vacinação e recebam a dose, mesmo que já tenham sido vacinadas contra Covid-19, por exemplo”, alerta Renata. A vacina contra gripe pode ser feita na mesma visita à unidade de saúde.

Bebês - A vacinação é indicada para bebês a partir dos seis meses de vida. Assim, crianças menores são protegidas quando a mãe é vacinada ainda na gestação. “As mulheres grávidas protegem a si mesmas e ao bebê e a dose pode ser feita em qualquer período da gravidez, sem necessidade de comprovação documental”, informa Capponi.

Outros benefícios:

- Prevenção para o organismo: Ao se vacinar contra a gripe, a pessoa contribui para que a defesa do seu corpo esteja pronta para possíveis contatos com o antígeno causador da doença. É uma forma de resguardar a própria saúde e, acima de tudo, prevenir-se;

- Redução no número de hospitalizações: A imunização reduz a necessidade de hospitalizações todos os anos no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2020, a vacinação contra a gripe evitou cerca de 105 mil internações.

- Proteção de grupos vulneráveis: Uma ampla cobertura vacinal contra a gripe é a forma mais eficaz de diminuir a circulação do vírus. Assim, não é uma proteção apenas individual, mas para toda a sociedade. “É importante lembrar das pessoas que não podem ser vacinadas, por restrição médica ou condição de saúde. Essas pessoas são protegidas quando mais pessoas da população estão vacinadas”, frisa a enfermeira.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda atualização anual das vacinas contra gripe e imunização anual também. “Os vírus da influenza sofrem diversas mutações em um curto espaço de tempo e as vacinas precisam se atualizar, adicionando novas cepas para garantir máxima proteção. Além disso, anticorpos criados pelo nosso organismo diminuem com o passar do tempo e, por esse fato, precisam de um reforço.

A partir desta quinta-feira, 18, poderão receber a dose pessoas com 20 anos ou mais. As unidades de saúde também mantêm a vacinação de crianças com mais de seis meses, idosos e todos os grupos prioritários. Na sexta-feira, 20, as doses estarão disponíveis para toda a população a partir de seis meses. 

Locais: Unidades de saúde.