Saúde lança boletim sobre transtornos mentais relacionados ao trabalho
Técnicos de enfermagem, professores e carteiros foram as categorias profissionais que mais sofreram transtornos mentais relacionados ao trabalho em Porto Alegre entre 2018 e 2022. Em relação à idade, a faixa etária 42 a 51 anos foi a mais acometida. Do total das 787 notificações feitas no período à Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde (Cerest), 77% correspondem às mulheres e 23% ao sexo masculino. Os dados estão publicados no Boletim Epidemiológico Transtornos Mentais relacionados ao trabalho, lançado pelo Cerest na sexta-feira, 8. O ano com maior número de notificações, 353, foi 2019.
O transtorno mental é caracterizado por uma perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional e no comportamento da pessoa. De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde lançado em 2019, uma em cada oito pessoas viviam, à época do estudo, com transtorno mental relacionado ao trabalho – um total de 970 milhões de pessoas. Do total de casos, os mais prevalentes são a ansiedade e a depressão. Nos dados da OMS, 52,4% dos casos são de mulheres e 47,6%, entre homens.
A publicação traz dado que cruza poucas informações disponíveis nas fichas de notificação entre violência autoprovocada e transtorno mental relacionado ao trabalho. O coordenador do Cerest, Diego Goularte, destaca a importância de todos os campos da ficha de notificação serem preenchidos. De acordo com o Boletim, no campo que relaciona violência autoprovocada com o ambiente laboral, 118 notificações apresentaram campo marcado como “ignorado”; quatro não foram preenchidas e 17 notificações apresentaram vinculação entre a violência e o transtorno mental relacionado ao trabalho. E nesses casos, a faixa etária 20-39 anos foi a predominante, da mesma forma, as mulheres de cor branca. O meio de agressão principal (11) foi o envenenamento.
Gilmar Martins