Saúde registra sequelas mais leves em pacientes na reabilitação pós-Covid

25/05/2022 16:30
Cristine Rochol/PMPA
SMS
No total, 182 pacientes tiveram alta e 61 seguem em acompanhamento

A equipe do ambulatório de reabilitação pós-Covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) observou que pacientes encaminhados nos últimos meses passaram a apresentar sequelas mais leves da doença. Agora, as pessoas chegam ao serviço com questões mais pontuais e menor acometimento motor. “A gravidade dos casos tem ficado num nível bem mais leve, como dificuldade de retomar o trabalho e cansaço em menor grau do que víamos há alguns meses”, explica a coordenadora do ambulatório, fisioterapeuta Aline Casaril. Inicialmente, os sintomas prevalentes eram perda de força, fadiga, dor, formigamento nas extremidades, insônia e alteração de memória. “Hoje, há relatos de ansiedade, dificuldade de concentração e depressão relacionada às complicações da doença”, comenta.

Em dez meses de funcionamento, o ambulatório de reabilitação pós-Covid realizou 1.146 atendimentos nas áreas de fisioterapia, psicologia, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, acupuntura e osteopatia. Voltado a pessoas que apresentam sequelas de diferentes gravidades em razão do coronavírus, o serviço entrou em operação em julho de 2021 e funciona no Centro de Saúde IAPI (rua Três de Abril, 90, bairro Passo d’Areia). 

No total, 182 pacientes tiveram alta e 61 seguem em acompanhamento, a maioria dos quais infectados ainda nos primeiros anos da pandemia. Apenas um quinto dos 61 pacientes contraiu Covid-19 em 2022, sendo que a idade média do grupo em acompanhamento é de 54 anos. “Observamos que a recuperação das sequelas é lenta para algumas pessoas, requerendo mais tempo de permanência no serviço, portanto, seguimos com 61 pessoas em acompanhamento”, afirma. A equipe segue tratando sequelas tardias de Covid-19, com infectados em 2020 e 2021.   

Ainda em relação ao perfil dos pacientes que permanecem no serviço, 84% passaram por internação hospitalar e um quarto utilizou ventilação mecânica. Mais da metade do público é feminino, somando 60%. 

Na avaliação do médico da SMS João Marcelo da Fonseca, a vacinação de grande parte da população fez com que os casos de Covid-19 ficassem mais brandos para esse grupo. “Com menos casos demandando internação hospitalar e, especialmente, UTI, é esperado que tenhamos menos complicações”, explica. Conforme Fonseca, passagens prolongadas em leito de UTI frequentemente são associadas a neuropatias e patologias musculares, ventilação mecânica prolongada e traqueostomia, com sequelas pulmonares mais duradouras. “Também para esses efeitos de longo prazo a vacinação tem se mostrado benéfica”, completa.

Como funciona – O encaminhamento ao ambulatório de reabilitação pós-Covid é feito após consulta nas unidades de saúde. No momento do atendimento, os profissionais avaliam e verificam se há necessidade de direcionar o paciente ao ambulatório. Casos mais graves são encaminhados ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Vanessa Conte

Gilmar Martins