Semana marca ações de sensibilização para diagnóstico precoce de hanseníase

29/06/2022 16:55
Cristine Rochol/PMPA
SMS
Testes rápidos foram incorporados ao SUS

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza nesta semana uma série de ações visando sensibilizar profissionais que atuam na Atenção Primária sobre a importância do diagnóstico precoce da hanseníase. O trabalho inclui capacitação teórica e prática e busca ativa de novos casos junto a contatos próximos de pessoas que estão em tratamento contra a doença ou já terminaram o tratamento.

Na segunda-feira, 27, foi realizada capacitação teórica, no Ambulatório de Dermatologia Sanitária (ADS) - serviço referência para a doença no RS - para subsidiar profissionais no diagnóstico da doença. Ministrada pela dermatologista e hansenologista Letícia Eidt, a capacitação abordou temas como as bases conceituais da hanseníase, manifestações clínicas dermatoneurológicas, diagnóstico, tratamento e prevenção de incapacidades, entre outras.

Ao longo desta semana, Eidt, profissional que atua no ADS, realiza capacitação prática em unidades de saúde e serviços da SMS, incluindo acompanhamento de casos e busca ativa de casos novos entre contatos de pacientes que concluíram ou estão em tratamento contra a doença. Ela explica que dois novos casos foram identificados em consultas. “Trata-se de uma ação exitosa a programada para esta semana”, enfatiza a médica. A sensibilização estava programada para ser feita a partir o final de 2019, e foi interrompida pela pandemia da Covid-19, sendo retomada em junho deste ano.

“O Rio Grande do Sul é o estado com menor índice de casos novos, mas apresenta o maior percentual de pacientes com grau 2 de incapacidade, ou seja, tiveram diagnóstico tardio”, explica Eidt.

A capacitação é promovida em parceria com o Ministério da Saúde, com apoio da Fundação Sasakawa e Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde.

Para apoiar o diagnóstico clínico, portaria ministerial de dezembro de 2021 prevê a incorporação de novos testes rápidos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “Este teste indica o risco maior ou menor de o paciente adoecer, caso tenha resultado positivo ou negativo”, diz a médica, enfatizando que o uso de teste rápido não é suficiente para o diagnóstico.

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a doença atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a sensibilidade tátil e à dor. No Brasil, a hanseníase era denominada lepra até 1976, quando o antigo nome foi substituído oficialmente no país.

Sinais e sintomas – Merecem atenção manchas no corpo, com alteração de sensibilidade; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas; caroços e inchaços pelo corpo, podendo, em alguns casos, ser avermelhados ou doloridos.  

Patrícia Coelho

Gilmar Martins