Seminário debate saúde e agroecologia
Cerca de 80 pessoas participam, nesta terça-feira, 20, do Seminário Agroecologia e Saúde, iniciativa do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, que conta com a participação da Equipe de Vigilância de Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O o evento ocorre no auditório do Cremers, na rua Santana, 931.
Com a intenção de propiciar a discussão sobre os pontos de aproximação entre os temas agroecologia e saúde e refletir sobre como o campo da saúde pode contribuir para a promoção da agroecologia, o encontro foi aberto com a mesa Agroecologia e Saúde: promoção da agroecologia e seus impactos na saúde, que contou com palestras da professora Cláudia Petry – Universidade de Passo Fundo (UPF) e do agrônomo e pesquisador Sebastião Pinheiro, da Agapan.
“Falar de agroecologia é falar da vida”, afirma a coordenadora da mesa, a técnica da SMS Marla Kuhn, que destaca a parceria com o fórum há mais de uma década para a busca de alternativas de proteção à sociedade diante do impacto dos agrotóxicos. Defensor da agroecologia, da agricultura familiar, da produção e alimentos orgânicos, Sebastião Pinheiro fez uma apresentação relacionando o impacto dos agrotóxicos para a vida humana e de animais e vegetais. Entre os estudos citados, está o que relaciona a presença de micro-organismos tóxicos no solo com a diminuição de espermatozoides humanos, afetando a fertilidade humana. O pesquisador faz uma provocação à plateia, para que reviva o conceito da gastrosofia, uma noção filosófica do prazer de gosto e comida, uma teoria que propõe transmitir a cultura do prazer no ato da alimentação. Para exemplificar, ele cita “a saudade, quando adulto, da comida da casa da vó”.
Para a professora e agrônoma Cláudia Petry, a agroecologia tem relação com o conceito da paz. “Na vida, a tentativa do diálogo consiste na busca e encontro de coisas comuns entre pessoas e grupos; a agroecologia e a paz fazem isso”, resume. Para a professora da Universidade de Passo Fundo, a utilização de agrotóxicos e a produção em larga escala com uso de venenos cada vez mais letais, como glifosato, têm relação direta com agravos como câncer e mal de Alzheimer.
Para mudar o cenário, tudo começa pelo livre arbítrio do consumidor. “Nós somos a nossa escolha, agir localmente é a saída”, diz, destacando a importância de consumo de alimentos orgânicos, aquisição de produtos de agricultura familiar e adoção de novos hábitos. Vivemos na atualidade a normose, que é um conjunto de hábitos considerados normais que, na realidade, são patogênicos e nos levam à infelicidade e à doença”, provoca.
A tarde é aberta com a intervenção do representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Cleber de Souza, que apresenta o Panorama das Políticas Públicas para a Agroecologia.
Programação da tarde:
14h - Mesa Relatos de Experiências Exitosas na Agroecologia
Coordenador: José Cleber de Souza
14h15 – Relato de experiência 1 – Salvador Rosa da Silva – OPAC/RAMA (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica da Associação dos Produtores da Rede Agroecológica Metropolitana)
14h45 – Relato de experiência 2 – Emerson Giacomelli – COTAP (Cooperativa Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre) - Eldorado
15h15 – Relato de experiência 3 - Juarez Pereira – Agroecologia e a saúde dos agricultores
16h – Encerramento – documento da relatoria com recomendações e carta aberta à população – Residentes do CEVS
Andrea Brasil