Artigo: Serviço público eficiente começa por quem escuta
Um governo que se propõe a ser transparente precisa estar disposto a ouvir - e ouvir bem: com atenção, respeito e responsabilidade. Em Porto Alegre, dois canais cumprem papéis fundamentais nessa escuta cidadã: a Ouvidoria-Geral e a Central do Cidadão 156. Embora distintos, ambos atuam lado a lado para garantir que cada porto-alegrense seja ouvido e tenha suas demandas atendidas. Ainda assim, é comum que muitas pessoas confundam suas funções. Entender quando acionar cada um é essencial para que o serviço público funcione com eficiência. A Central 156 é o primeiro ponto de contato do cidadão com a prefeitura. É por meio dela que são registradas solicitações de serviços como poda de árvores, tapa-buracos, desratização, limpeza urbana, manutenção da iluminação pública ou outros atendimentos cotidianos.
A equipe recebe o pedido, encaminha ao órgão responsável e acompanha até que o serviço seja executado e respondido. Caso o protocolo seja encerrado sem a devida solução, o cidadão pode contestar o resultado diretamente pelo WhatsApp do 156, sem precisar abrir um novo registro. Mas e quando o serviço não é realizado no prazo, ou a resposta não é satisfatória? É aà que entra a Ouvidoria-Geral. Ela é o canal de segunda instância do cidadão com a Prefeitura - o espaço onde se busca uma revisão, uma análise mais aprofundada e, sobretudo, o compromisso de resposta. Para registrar uma manifestação na Ouvidoria, é necessário informar o número de protocolo do 156. Isso garante que haja um histórico e que se possam cobrar responsabilidades de forma justa e transparente.
A Ouvidoria também é o canal adequado para denúncias sobre condutas irregulares na administração pública, como assédio moral ou sexual, mau uso de recursos, favorecimento indevido, desvios de bens e outras práticas incompatÃveis com o serviço público. Já denúncias ligadas à cidade - como vandalismo, fiação exposta ou descarte irregular de lixo - devem continuar sendo registradas pelo 156. Outro aspecto importante é o reconhecimento do bom trabalho.
A Ouvidoria não serve apenas para apontar falhas: também é espaço para elogiar servidores e sugerir melhorias, reforçando uma cultura de diálogo e valorização dentro do serviço público. A escuta qualificada da população é fundamental para uma gestão mais eficiente, transparente e próxima do cidadão. Saber qual canal acionar em cada caso torna esse diálogo mais ágil e assertivo. Afinal, a transparência deve ser um valor inegociável na gestão pública. Nosso objetivo é garantir que cada voz seja não apenas ouvida, mas respeitada - com ação e resposta. A boa governança nasce desse ciclo: ouvir, responder, melhorar.
Mônica Leal
Secretária Municipal de Transparência e Controladoria
Artigo publicado na edição de 21 de outubro de 2025 no jornal Correio do Povo Â
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Cristiano Vieira