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Cenário epidemiológico leva Capital a regressar ao nível zero no Plano de Contingência da Dengue
Porto Alegre voltou ao nível zero do Plano de Contingência da dengue, devido à melhora na situação epidemiológica da doença na cidade. O Boletim semanal divulgado nesta terça-feira, 12, pela Diretoria de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, apresenta revisão no número de casos confirmados da doença, com redução no número total de casos autóctones confirmados até 9 de julho. Segundo dados da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde da Capital, são 2.994 casos contraídos na cidade.
A redução sustentada no número de casos, associada à sazonalidade da doença e aos baixos índices de infestação vetorial, levou ao retorno ao nível zero do Plano de Contingência de Arboviroses municipal. Desta forma, seguem mantidas as medidas de controle e vigilância de dengue, zika e chikungunya, e encerra-se a publicação semanal de boletins epidemiológicos.
O dado acumulado do ano é de 5.366 notificações de suspeitas feitas à vigilância epidemiológica, com 3.201 casos confirmados (59,5%), dos quais 2.994 foram contraídos em Porto Alegre (autóctones) e 207 são importados ou têm o local provável de infecção indeterminado. Neste ano, foram registrados quatro óbitos devido à doença. Os dados estão sujeitos à revisão e incluem informação até 9 de julho.
Em relação à chikungunya, foram notificadas seis suspeitas, das quais cinco foram descartadas e um caso, importado, foi confirmado. De zika, foram três notificações de suspeita, todas descartadas em exames laboratoriais.
Embora haja confirmação de casos em toda a cidade, nove bairros registram maior incidência da doença no decorrer do ano: Jardim Carvalho e Bom Jesus, e, na ordem de incidência de casos, Partenon, Vila São José, Vila Nova, Ipanema, Vila Jardim, Morro Santana e Cristal.
Além da confirmação dos casos, o Boletim da Semana Epidemiológica 26 traz dados sobre a infestação do mosquito Aedes aegypti, resultantes do monitoramento do Aedes feito pela prefeitura. Nesta semana, todos os 45 bairros monitorados com armadilhas têm infestação classificada como baixa e um, moderada. A partir da próxima semana, e por um período aproximado de 50 dias, não haverá monitoramento, devido ao ajuste na territorialização das armadilhas nos bairros monitorados.
Vigilância em Saúde ajusta distribuição de armadilhas de monitoramento de Aedes aegypti
A partir desta segunda-feira, 11, o sistema de monitoramento de armadilhas do mosquito Aedes aegypti passará por ajuste em Porto Alegre. O processo deve ser realizado ao longo de um período de 50 dias. A previsão da Diretoria de Vigilância em Saúde é que o monitoramento do sistema com as 910 armadilhas, nos 45 bairros da cidade em que estão instaladas as unidades, seja retomado no final de agosto.
A reorganização será feita pela instalação das armadilhas nos territórios, com um espaçamento de 300 metros entre uma armadilha e outra, garantindo cobertura total dos bairros pelo sistema. No início do monitoramento, há 10 anos, a distância era de 250 metros. “A intenção é garantir a cobertura integral dos 45 bairros onde há armadilhas instaladas”, explica a diretora da DVS, Fernanda Fernandes.
Na prática, das 910 armadilhas atuais, 285 permanecerão instaladas no mesmo local. As demais serão remanejadas. O monitoramento somente será retomado quando todo o trabalho estiver finalizado.
Para fazer o monitoramento, a prefeitura conta com a parceria de moradores e comerciantes nos bairros. “Com a reordenação da malha de armadilhas, será retomado o processo de contato com a comunidade, visando ao aceite em receber um equipamento”, explica Fernandes.
Sete agentes de monitoramento, um supervisor de campo e uma bióloga serão responsáveis pela realização do serviço. As armadilhas desativadas serão limpas e nelas será colocado um larvicida biológico - BTi (Bacillus Thuringiensis Var. Israelensis) - que inibe o desenvolvimento das larvas dos mosquitos. Por ser biológico, não é tóxico para seres humanos e animais domésticos.
O remanejo será realizado nesta época do ano devido à baixa infestação do mosquito Aedes aegypti, e já em preparo para a temporada da sazonalidade do vetor e de maior probabilidade de ocorrência de casos de dengue na cidade - a partir do meio do segundo semestre. Em 2022, Porto Alegre enfrentou o registro do maior número de casos de dengue em toda a série histórica da doença na Capital. De acordo com o Boletim semanal divulgado na terça-feira, 6, são 3.208 casos confirmados de dengue na cidade, dos quais 2.999 foram contraídos em Porto Alegre.
Patrícia Coelho
Andrea Brasil