Roda de conversa debate a inclusão no ensino fundamental

31/07/2019 17:49
Adriano Amaral/SMED PMPA
EDUCAÇÃO
Público da educação especial na rede municipal é de cerca de três mil estudantes

As secretarias municipais de Educação (Smed) e Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE) promoveram nesta quarta-feira, 31, a segunda Roda de Conversa Inclusiva deste ano, no auditório do 6º andar da Smed. O tema central do encontro foi Os desafios da inclusão no ensino fundamental. A discussão complementa o debate iniciado na primeira roda de conversa, em maio, sobre os desafios da inclusão na educação infantil. Atualmente, o público da educação especial na rede municipal de ensino conta com aproximadamente três mil estudantes com deficiência, além de vários casos ainda em avaliação. 

De acordo com a coordenadora de Educação Especial da diretoria Pedagógica da Smed, Cláudia Amaral Lamprecht, para o suporte à inclusão nas escolas da rede municipal, a Smed possui 65 professores em Salas de Inclusão e Recurso (SIR); 12 professores especialistas para o Programa de Trabalho Educativo (PTE); duas professoras para Altas Habilidades e quatro professoras para atendimento de alunos com deficiência visual. Alémdisso, há aproximadamente 50 monitores e mais de 200 estagiários de apoio à inclusão, exclusivamente nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs).

Os professores da SIR Cassiano Leal, da Emef Chapéu do Sol, Tirza Verri, da Emef Neusa Goulart Brizola, e Jucélia Rodrigues, da Emef Timbaúva, compartilharam durante a tarde suas experiências com a adaptação e flexibilização do currículo para inclusão de alunos com deficiência.

A professora Jucélia acredita que a adaptação curricular não deve ser algo específico para os alunos com deficiência. “A  adaptação curricular é um planejamento que deve englobar toda a escola. Já começa no portão e tem que sair do colégio. E não é só para o aluno com deficiência, também contempla a diversidade”, destaca Jucélia. Já a professora Tirza assegura que o vínculo criado entre educador e família ajuda no desenvolvimento dos alunos. “A nossa relação com a família tem que ser, em um primeiro momento, de acolhida”, explica.

As adaptações curriculares podem ser significativas, que são de grande porte e eliminam, inicialmente, os objetivos básicos para introduzir objetivos que ainda não estão previstos; ou não significativas, que não modificam a programação e são de pequeno porte. E o professor Cassiano trouxe um exemplo simples de adaptação que objetivava à inclusão de uma estudante na aula de educação física: ao utilizar cabos de vassouras como canaleta, foi possível que jogasse bocha com os colegas, participando da parte prática da aula.

O encontro também contou com a presença do diretor de Acessibilidade e Inclusão Social da SMDSE, Jorge Heleno Brasil, e de demais entidades parceiras, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Conselho Regional de Fonoaudiologia (Crefono), Instituto Federal do Rio Grande do Sul e a Fundação de Proteção Especial (FPE).

A próxima roda de conversa está prevista para o dia 17 de setembro e debaterá o trabalho desenvolvido pela Escola Bilíngue de Surdos Salomão Watnick, que atende desde a educação infantil até a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Rodas de Conversa Inclusiva - O principal objetivo das rodas é a troca de experiências e ideias entre educadores e a comunidade em geral. Os encontros contam com as presenças de familiares, estudantes, educadores, professores de escolas das redes municipal, comunitária e privada, e estagiários de educação especial da rede municipal. A programação ocorre a cada dois meses no auditório do 6º andar, na sede da Smed (rua dos Andradas, 680 - Centro Histórico). 

Suporte à inclusão - A Sala de Integração e Recursos (SIR) é um serviço de apoio à inclusão no ensino fundamental para alunos com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades. A finalidade da SIR é facilitar o acesso, a participação e a aprendizagem no ensino regular. O atendimento dos alunos com deficiência auditiva, visual e altas habilidades acontece em escolas polo de cada região da cidade.

Já o Programa de Trabalho Educativo (PTE) é oferecido para alunos das quatro escolas especiais e alunos do ensino regular atendidos nas SIRs. O objetivo é preparar alunos com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento em fase de conclusão do ensino fundamental para o mercado de trabalho, oferecendo novas possibilidades de aprendizagem para além do espaço escolar. O PTE está presente nas quatro escolas especiais do município (Lucena Borges, Lygia Averbuck, Elyseu Paglioli e Tristão Sucupira Vianna), no CMET Paulo Freire, na Escola Bilíngue de Surdos Salomão Watnick e alunos de ensino comum atendidos nas Salas de Integração e Recursos (SIR-PTE).

 

Vitória Garcia (estagiária com supervisão de Cristina Lac)

Taís Dimer Dihl

Acompanhe a prefeitura nas redes