Vidas salvas: Capital pode atingir meta de trânsito da ONU

05/12/2018 08:30
Joel Vargas/PMPA
Vidas salvas: Capital pode atingir meta de trânsito da ONU
Blitze diárias são umas das principais ações para reduzir número de acidentes

A gradativa redução da acidentalidade no trânsito possibilita que a cidade de Porto Alegre alcance a meta da Década de Ação da ONU - 76 vidas perdidas no trânsito em um ano, estabelecida para 2020 - dois anos antes. De acordo com dados divulgados pela Coordenação de Informações de Trânsito (CIT) da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), de janeiro a novembro, foi registrado o menor número de mortes dos últimos 20 anos para o período. Em 2017, 83 pessoas perderam a vida desde janeiro; em 2018, foram 68, uma redução de 18%. 

Em 2011, a Organização das Nações Unidas determinou que a redução da projeção do número de mortes fosse de 50%. Se a tendência continuasse, mesmo com uma sinalização de queda naquela época, seriam computadas 152 mortes em 2020. Marcelo Soletti, diretor-presidente da EPTC, afirma que o trabalho contra a violência no trânsito continuará intenso: “Apesar do número preocupante, cada vida salva é comemorada e mostra que estamos no caminho certo. Além das blitze diárias, junto com o Detran, Guarda Municipal e demais órgãos de segurança, com ênfase na questão do álcool e direção, daremos continuidade às  ações contra o excesso de velocidade. Elas serão somadas, também, às medidas de engenharia de tráfego, às atividades educativas aos motoristas e de proteção aos ciclistas e pedestres, ainda mais neste corre-corre de final de ano, para prevenir os acidentesâ€. 

O mês de novembro encerrou com menos 16% em acidentes (1.087 a 909) na comparação com o mesmo período de 2017; além de menos 21% em feridos (492 a 386); e menos 28% em vítimas fatais (7 a 5). 

Como foi possível essa redução - Para reduzir a acidentalidade, Porto Alegre aposta em ações de Educação, Fiscalização e Infraestrutura. Todas as ações são baseadas nos índices de acidentalidade. Locais, público (pedestres, idosos, motociclistas) e infrações mais cometidas são considerados balizadores e alertas para agir em locais e públicos que estão sofrendo mais acidentes e mortes. 

A prefeitura entende que a educação é um dos pilares da mobilidade urbana e assim trata do assunto, interna e externamente. Em 1998, ano de criação da EPTC, já começou a ser formada a estrutura, que hoje é a Coordenação de Educação para Mobilidade. Uma equipe de 20 pessoas, sendo 13 agentes de trânsito, que desenvolvem diversas ações em escolas, empresas e instituições, com o objetivo de reduzir os índices de acidentalidade, mortos e feridos no trânsito. A equipe trabalha em uma sede própria e executa mais de dez projetos permanentes de educação para o trânsito. Só em 2018 já foram realizadas 451 ações, que tiveram engajamento de mais de 42 mil pessoas. O principal objetivo é transformar cada uma delas em um multiplicador para um trânsito seguro. 

Números do trânsito no Brasil

• Mais de um milhão de pessoas morrem nas ruas e estradas do mundo a cada ano.  No Brasil, as estatísticas indicam cerca de 50 mil mortos anuais.

• Milhões de pessoas ficam feridas, a maioria de forma permanente.  No Brasil, os números  indicam 500 mil feridos.

  

 

Claudio Furtado e Gabriela Duarte

Andrea Brasil