Vigilância alerta para cuidados com dengue e outras doenças em viagens de férias
Moradores de Porto Alegre que viajarem para áreas com casos de dengue, zika, chikungunya ou oropouche neste final de ano devem ter cuidados para evitar a transmissão dos vírus. Nesses locais, uso de repelentes e de roupas que tapem áreas descobertas do corpo é recomendado.
No retorno à Capital é importante prestar atenção aos sintomas das doenças e, na dúvida, a pessoa procurar um serviço de saúde para atendimento imediato.
É importante informar sobre a viagem porque a partir da suspeita e da notificação, a Diretoria de Vigilância em Saúde adota medidas específicas nas áreas epidemiológica e ambiental.
Os vírus da dengue, zika e chikungunya são transmitidos pela picada do mosquito Aedes aegypti. O da oropouche é transmitido pela picada de outro inseto, o maruim. Todas estas arboviroses apresentam sintomas semelhantes, e é contraindicada a automedicação, sob risco de aumentar a gravidade do quadro clínico.
A preocupação da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) é que viajantes retornem a Porto Alegre com a infecção e infectem os vetores no momento de uma picada. Se um inseto pica uma pessoa doente, começa o processo de infecção no animal e, a partir deste momento, aumenta o risco de transmissão do vírus e confirmação de casos de arboviroses na cidade.
Acesse no site Onde Está o Aedes? orientações para o período de viagens, seja na residência, seja cuidados pessoais, para evitar dengue, zika ou chikungunya.
Sorotipos da dengue - Existem quatro sorotipos de vírus da dengue (Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4). Em 2024, os quatro foram identificados no Brasil. Todas as unidades federativas tiveram circulação concomitante de Denv-1 e Denv-2. Quinze estados registraram a circulação de Denv-1, Denv-2 e Denv-3: Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Detecções esporádicas do Denv-4 foram registradas em Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. A enfermeira Raquel Rosa, da Vigilância Epidemiológica, explica que uma mesma pessoa pode ser reinfectada. E a cada nova infecção pode desenvolver um quadro clínico mais grave. “Por isso as medidas de prevenção individual são muito importantes”, enfatiza.
Chikungunya - Vírus com alta capacidade de transmissão em um território se não forem tomadas medidas ambientais oportunas. Em 2024, Porto Alegre teve três casos confirmados. Três cidades gaúchas apresentaram transmissão local do vírus (autoctonia): Porto Lucena, Bento Gonçalves e São Leopoldo. No Brasil, Minas Gerais e Mato Grosso apresentaram os maiores números de casos prováveis.
Oropouche – Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, até 8 de dezembro foram confirmados 10.940 casos de oropouche no Brasil. Em 2023 foram 831. Todas as regiões do país tiveram casos confirmados em 2024, sendo Amazonas e Espírito Santo os estados que tiveram maior número de exames detectáveis. No RS, somente houve casos importados. Os sintomas são semelhantes aos da dengue, e também não há tratamento específico. Já existem evidências da capacidade deste vírus ser transmitido durante a gestação, podendo causar danos graves ao feto, inclusive óbito. Acesse aqui informações sobre oropouche.
Andrea Brasil