Alex Rocha/PMPA

Em cinco dias, entre 16 e 20 de novembro, mais de 80 pessoas negras expuseram seus trabalhos no Largo Zumbi dos Palmares. O artesanato da Feira do Afroempreendedor, os serviços de tranças, os livros da 2ª Feira do Livro Afro, as atividades pedagógicas, as rodas de conversa, as refeições da praça de alimentação e os shows no palco central foram representações da potência da população preta de Porto Alegre. O evento foi promovido pela Coordenação de Igualdade e Promoção de Igualdade Racial (CDPIR) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o Conselho Municipal do Povo Negro e os coletivos Reafro, Odabá, Impulsiona e Rede de Feiras Livres.

Para a coordenadora da CDPIR, Adriana Santos, a Semana cumpriu com o objetivo de mostrar a qualidade do trabalho promovido pela comunidade. “Trouxemos um grande público, queremos fazer com que as pessoas negras retomem esse espaço. A festa é boa, é importante, mas ela tem que gerar política pública. Nós plantamos uma semente aqui e o nosso compromisso aumentou”, afirmou Adriana.

A presidente da Impulsiona, Karen Santos, destacou a satisfação dos empreendedores. Segundo ela, essa oportunidade gerou novas conexões entre os artesãos e o público. “O princípio de nós estarmos aqui é que todas as pessoas da cidade possam conhecer o trabalho e a potência das periferias e a partir disso estimular a economia das comunidades. As pessoas estão engajadas, negros e não negros, estamos juntos fortalecendo a equidade, diversidade e inclusão”, destacou Karen.

Atividades pedagógicas - Um espaço dedicado às crianças chamou a atenção durante a semana. Escolas de Educação Infantil da rede municipal de ensino participaram de contação de histórias e brincadeiras orientadas que destacavam as características, valores e contribuições dos negros na história.

A Secretaria Municipal de Educação é parceira na produção da 32ª Semana Municipal da Consciência Negra. A coordenadora de Educação em Direitos Humanos e Relações Étnicos Raciais, Patrícia Pereira, destacou os bons resultados da relação entre as secretarias. “Nós queremos que os pais e os irmãos dos nossos estudantes e os professores vivenciem esse espaço afro centrado, porque ele é nosso e não existe construção de cidadania com racismo. Se a escola não fizer o seu papel de humanizar as relações e combater o racismo, ela não está educando”, reiterou Patrícia.

Apresentações artísticas - Todos dos dias, das 18h às 21h30, as apresentações de artistas negros animaram quem circulou na Feira. A diversidade foi representada em diversos estilos musicais, como apresentação de tambores tradicionais, rap, hip-hip, pop, samba de roda, pagode e escolas de samba.